2 de junho de 2020

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A célula brasileira Anonymous publicou na noite de ontem (segunda-feira, 1) diversos documentos de cidadãos envolvidos no Governo Bolsonaro no Brasil. De acordo com o grupo, o vazamento é sistemático. Foram disponibilizadas informações pessoais de Jair Bolsonaro, Flavio Bolsonaro (Republicanos-RJ), Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), Douglas Garcia (deputado estadual do PSC), Abraham Weintraub (ministro da Educação), Daniela Weintraub (esposa do ministro Abraham Weintraub), Damares Alves (ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos) e Luciano Hang (cofundador da Havan).

O documento publicado pela célula traz informações como celulares válidos, endereços de e-mail, endereços físicos, bens declarados, participação em empresas, score do Cadastro de Pessoa Física (CPF), além de dívidas registradas. No entanto, alguns dados (como as declarações de bens imobiliários) já estavam disponíveis ao público na plataforma de divulgação da Justiça Eleitoral destinada a informações sobre patrimônios de candidatos, pois os números dos telefones eram dados privados, o que supõe que os dados tenham sido tirados.

O responsável pela divugação dos dados foi a conta @AnonymouBrasil no Twitter, que publicou documentos no Pastebin com dados públicos e compilados de integrantes do governo Bolsonaro. Poucos minutos após a publicação das informações, as postagens foram retiradas do ar e a conta suspensa pelo Twitter por violação dos termos.

A ação pela célula brasileira veio inflamada após aumento das ações de células Anonymous em diversos lugares do mundo, que estavam praticamente adormecidos e não terem realizado alguma atividade relevante desde 2016.

Reações

O deputado estadual Douglas Garcia foi o único a se manifestar oficialmente ou nas redes sociais até no momento. O deputado estadual confirmou pelo Twitter a veracidade dos dados vazados pelo grupo hacker e informou que fará um boletim de ocorrência.

Anonymous Brasil, de forma criminosa, acaba de divulgar todos os meus dados nas redes sociais. Para que colocar os meus familiares em risco? Para que divulgar o endereço de minha casa? Os lugares em que trabalhei? Estou indo agora mesmo na delegacia fazer um boletim de ocorrência

Douglas Garcia (@DouglasGarcia), 21:59, 1 de jun de 2020

No entanto, nas redes sociais, os direitistas e partidários do Governo Bolsonaro acusaram Anonymous de serem outra linha auxiliar à esquerda e declararam guerra ao grupo.

Histórico

O grupo Anonymous existia desde 2003, mas ganhou relevância no mundo em diversos protestos internacionais em Setembro de 2010 com o Ocupe Wall Street nos Estados Unidos e no Brasil em Junho de 2013. Naquele ano, após mobilizar protestos contra aumento de passagem de ônibus na cidade de São Paulo em apoio ao Movimento ao Passe Livre, ocorreu atos violentos tanto por manifestantes e policiais, o que fez com que o protesto ganhasse força em todo país e estende outras pautas, além ajudar a derrubar popularidade dos políticos brasileiros.

No entanto, o grupo Anonymous brasileiro começou a ter dissidências internas o que fariam perder influência depois de 2014, em meio à acusação das células menores contra Anonymous Brasil. Em 2017, outro grupo que se dizia ser Anonymous Brasil, fez ataques contra sites do Governo de Michel Temer. Em 2018, outro grupo do mesmo nome atacou sites governamentais e personalidades ligadas ao Jair Bolsonaro, o que fez com que grupo fosse alvo de críticas nas redes sociais por se desviarem as origens do grupo, que depois se defenderam ao se limitarem a dizer que as atividades são anti-facistas, o que fez com que fossem tachados de serem esquerdistas, já que não se mobilizaram contra ou favor do outro candidato Fernando Haddad.

Fontes