11 de março de 2021

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Três semanas após uma visita a Benguela, o Presidente angolano, João Lourenço, exonerou o governador provincial, Rui Falcão, um dirigente que vinha criticando a falta de recursos financeiros, inclusive para a recolha de lixo nas principais cidades, como reflexo do excesso de centralização de poderes.

“Não podemos aceitar é que nos passem certificados de incompetência, quando, seguramente, os incompetentes não estão aqui", disse Rui Falcão em Setembro do ano passado na presença do ministro da Administração do Território e Reforma do Estado, Marcy Lopes, em declarações raras de crítica de um governador que apelou também à expulsão dos corruptos do Governo.

Alguns analistas vêem isso como uma das razões para a exoneração do governador, que continua como primeiro secretário do MPLA na província, mas fonte do palácio do Governo lembrou também a controvérsia sobre a proveniência de fundos para o hospital da Baía Farta.

João Lourenço deixou Benguela convicto de que tinham sido empresários locais a erguer a infra-estrutura, quando, conforme dizem os programas de investimentos públicos, a obra é resultado do Orçamento Geral do Estado.

O analista político José Cabral Sande disse que “desde o pronunciamento de que os incompetentes estão em Luanda e não em Benguela que ele ditou a sua sentença”.

“Todos sabiam que saltaria na primeira oportunidade”, afirmou Sande para quem “o Presidente esperou para não levar o assunto como uma revanche”.

“Ninguém me vai dizer que ninguém sabia do dinheiro do hospital, até porque está aqui o Ministério das Finanças, que tem um delegado que presta contas a Luanda”, acrescentou.

Rui Falcão tinha anteriormente ocupado a posição de governador do Namibe

No aeroporto de Benguela, de onde seguiu em direcção à capital do país, já nesta quinta-feira, 11, Falcão disse estar de viagem a Luanda “para resolver um assunto” e que vai depois regressar a Benguela.

Nada que preocupe o secretário provincial da UNITA, Adriano Sapiñala, quem desejou boa sorte ao novo governador Luís Nunes, que ocupava o cargo de governador da Huíla, acrescentando que está “pronto para a luta política e partidária, independentemente do adversário”.

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