Agência VOA

16 de março de 2019

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Em Moçambique, o Governo da província de Sofala revelou ontem (sexta-feita, 15) que pelo menos 19 pessoas morreram e 70 ficaram feridas na noite de anteontem (quinta-feira, 14) devido à passagem do ciclone Idai pela região central do país. Anteriormente, o ciclone já atingiu a província moçambicana de Manica e já está a dirigir-se para o vizinho Zimbabwe. As mortes foram causadas pelo desabamento de casas precárias e outras estruturas, bem como por afogamento.

A recolha de informações e acesso por parte das equipas de socorro e das autoridades nos terrenos atingidos pelo ciclone, de acordo com as autoridades e equipas moçambicanas, têm sido dificultada pelas falhas de energia e comunicações, devido à falta de acesso a várias zonas e cortes nas redes móveis e eléctricas.

A cidade da Beira (a segunda maior importante de Moçambique e capital da província de Sofala) ficou isolada do resto do país desde o início desta manhã, 16, devido ao transbordo do Rio Halumua, no distrito de Nhamatanda, na província moçambicana de Manica.

O rio transbordou devido às intensas chuvas que se fazem sentir nas províncias de Manica e Sofala, depois da passagem, há dois dias, do ciclone Idai, deixando centenas de camionistas de longo curso e passageiros, sem acesso à cidade da Beira.

Neste momento, a cidade da Beira continua sem comunicação e energia (portanto, às escuras). Além da Beira, centenas de habitações (povoados, vilas e cidades) nas três províncias centrais (Inhambane, Sofala e Zambézia) e pontos centrais do país, estão sem nenhuma rede de comunicação de energia eléctrica e telefónicas. Centenas de postes e torres de energia eléctrica e da telefonia móvel foram derrubados.

Mais de 20 pessoas morreram

No entanto, Paulo Tomás, Porta-Voz da agência de socorro governamental, Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) diz que, para além dos 19 mortos registados na cidade da Beira, há confirmação de três vítimas mortais na província central de Manica (onde o ciclone Idai passou) o que eleva a 22 pessoas mortas.

Uma equipa do Centro Nacional Operativo de Emergência (CENOE), chefiada pela directora-geral do Instituto de Gestão de Calamidades (Augusta Maita) e que inclui parceiros de cooperação como o Programa Mundial de Alimentos, já está a caminho da Beira para avaliar o impacto do ciclone.

Mussa Mustáfa, director adjunto do Instituto Nacional de Meteorologia (INAM), diz que, mesmo estando em território zimbabweano, os efeitos do ciclone ainda se farão sentir em Moçambique.

Acesso à cidade da Beira cortado

Várias pessoas contaram a VOA, que seguiam para Beira a fim de assistir os seus familiares, atingidos com a passagem do ciclone, que deixou a cidade sem eletricidade e comunicações.

“Eu soube que meus filhos estavam doentes depois do ciclone e ia para lhes prestar assistência, mas não posso chegar à Beira, porque o trânsito esta interrompido”, disse Florindo António, um passageiro de uma das várias viaturas de passageiros bloqueadas.

Várias casas, de construção precária estão submersas na vila de Nhamatanda e centenas de pessoas desalojadas.

Em Manica, duas pontes desabaram, provocando cortes na ligação com o distrito de Mossurize e vários postos administrativos de Sussundenga.

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Fontes