19 de janeiro de 2006
A Venezuela tem tido recentemente, graves problemas políticos para modernizar e comprar novas aeronaves para sua Força Aérea, sendo o principal problema a oposição por parte dos Estados Unidos da América á venda de aeronaves com tecnologia proveniente desse país à Venezuela.
Domínio dos céus
A Venezuela tem ao serviço da sua força aérea 22 caças a jacto F-16A/B Block 15, que comprou aos Estados Unidos, na década de 80 durante o mandato de Luis Herrera Campins. Estes caças, já antigos, precisam urgentemente de novas peças e de uma consequente modernização Mid-Life Update (MLU), sem a qual, as mesmas correm o sério risco de se tornarem inoperacionais. De facto, mais de metade destes caças já foram desactivados, devido à falta de novas peças para manutenção. É sobre esta modernização que o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, acusa Washington de não cumprir os acordos estabelecidos aquando a compra dos aparelhos.
Hugo Chávez tem também acusado o governo norte-americano de pressionar a empresa brasileira EMBRAER de modo a que esta não venda a sua aeronave ligeira de ataque ao solo ALX/Super Tucano à Venezuela por estas incluírem, tecnologia de ponta norte-americana na parte electrónica das suas turbo-hélices.
No passado dia 12 de janeiro, através do seu embaixador em Madrid, o governo dos Estados Unidos informou, numa reunião com o ministro espanhol dos negócios estrangeiros que negou o pedido de venda de tecnologia norte-americana incluída no avião de fabrico europeu C-295 da CASA-EADS. A decisão do governo norte-americano, deve-se ao facto de os equipamentos poderem após a sua montagem, vir a ser vendidos pela Espanha, à Venezuela, através de um acordo estabelecido entre os dois países em abril de 2005.
Face à forte oposição por parte dos Estados Unidos e à deterioração das relações militares entre os dois países, quer para a compra de novas peças para os actuais caças venezuelanos, quer para a compra de novos caças, o governo da Venezuela tem-se virado para aeronaves de fabrico russo, podendo optar, no caso dos caças, pela família MiG; e no caso dos aviões de transporte C-295, pelo Antonov AN-24.
MiG-29 para a Venezuela
Segundo a agência de notícias UPI, a Venezuela planeia comprar 50 caças MiG-29. Num documento, ao qual a UPI teve acesso, assinado pelo Comandante da Força Aérea Venezuelana, Major-General Regulo Anselini Espin, a Força Aérea Venezuelana pedia um grande número de caças a jacto da «versão mais recente» do MiG-29 SMT. «O total das aeronaves a fornecer deveria ser 40 aviões de um lugar e 10 aviões de dois lugares.»
Quando questionados oficialmente por diplomatas europeus, sobre a necessidade de adquirirem os caças MiG, os generais Venezuelanos afirmaram que precisavam dos mesmos para proteger o Canal do Panamá.
Dez dos aviões deverão ser entregues 18 meses após assinado o contrato para a compra das aeronaves. O mesmo contrato envolve também a criação na Venezuela de um centro de manutenção de MiG-29 que, segundo oficiais da Força Aérea Venezuelana, deverá servir para a montagem de futuros aviões em solo venezuelano, tal como para a sua manutenção a longo prazo.
Há já muito tempo, a Venezuela tinha demonstrado o seu interesse nos MiG-29 russos para substituir os seus caças F-16.
«Já enviei uma comissão a Moscovo. (...) Se tivermos de substituir os F-16 por uma frota moderna dos MiG, assim faremos (...). A China também fabrica aviões (...) e nada nos deterá em nosso empenho de ter uma Força Armada moderna», afirmou Hugo Chávez durante um discurso em Caracas.
No passado dia 11 de janeiro, quando questionado sobre a possível venda, o ministro da defesa russo declarou que de momento não estava a ser negociada a venda de caças russos à Venezuela, e assegurou ainda que a venda de caças MiG-29 não estava a ser considerada. Entretanto, oficiais da Força Aérea Venezuelana confirmaram que pilotos seus têm sido enviados para instrução em Cuba que possui 6 aviões MiG-29. Cuba tem oferecido à Venezuela, apoio militar diverso, em troca de petróleo.
A Venezuela começou a receber no dia 30 de dezembro de 2005, os primeiros helicópteros russos de um contrato para a compra de nove Mi-17 e de um Mi-26.
Artigos relacionados
Fontes
- Venezuela to Buy 50 Russian Mig-29 Fighters [inativa] — MosNews, 17 de janeiro de 2006. Página visitada em 18 de janeiro de 2006
. Arquivada em 15 de janeiro de 2006 - Confirmado: C-295 para a Venezuela vetado por Washington [inativa] — Área Militar, 13 de janeiro de 2006. Página visitada em 17 de janeiro de 2006
. Arquivada em 14 de fevereiro de 2006 - Mig-29 para a Venezuela: Não é para já [inativa] — Área Militar, 11 de janeiro de 2006. Página visitada em 17 de janeiro de 2006
. Arquivada em 14 de fevereiro de 2006 - Venezuela recebe os primeiros três Mi17 [inativa] — Área Militar, 30 de dezembro de 2005. Página visitada em 17 de janeiro de 2006
. Arquivada em 12 de junho de 2010
Esta página está arquivada e não é mais editável. |