19 de março de 2022

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Manchas escuras atravessam as águas cristalinas do Parque Nacional Mochima, no leste da Venezuela. Apenas viajando alguns quilômetros, você pode notar a mudança nas cores. Os espaços turquesa estão desaparecendo gradualmente, produto de uma espécie animal chamada unomia stolonifera.

Julio Omaña, instrutor de caiaque, que há anos navega na região, atesta isso.

"=“Já faz algum tempo que a diferença é perceptível, você não vê mais aquela claridade que você via antes, pelo menos os corais e esse tipo de coisa"=”, diz Omaña, enquanto guia um grupo de turistas em uma das praias do Lugar, colocar.

"Aproximadamente 50 a 60 por cento dos recifes de coral do Parque Nacional Mochima foram invadidos", alerta Sybil Sant, bióloga marinha e professora da Universidade de Oriente.

Popularmente e de forma equivocada, os habitantes confundem com algas, mas a verdade é que a unomia se instala nos corais e aniquila suas formas de vida.

“A consequência é fatal, isso significa que matou todas as espécies que compõem um recife de coral. Os recifes de coral são os ecossistemas mais biodiversos nas áreas costeiras do mundo”, conta o especialista à VOA.

Ele não sabe como chegou ao Mar de Mochima. Ele suspeita que possa ter sido arrastado por petroleiros que cruzaram as águas da Indonésia, já que o organismo é nativo do Oceano Indo-Pacífico.

“Estamos tentando ver, estudar que tipo de antídotos podem ser usados. Para isso precisamos de projetos de pesquisa, para isso precisamos de financiamento"=”, alerta Sant.

Os pescadores da área viram esta espécie pela primeira vez há uma década, mas nos últimos anos notaram como ela se espalhou vorazmente.

“Isso nos prejudica, porque cobre os corais, o peixinho que vem desovar nos corais nos cobre”, diz José Gregorio Jiménez, pescador que trabalha há 34 anos na ilha de Arapo, em Mochima.

Jiménez lança seu anzol para mostrar como é a espécie: gelatinosa, semelhante a uma alga, com corpo branco e tons de marrom escuro. Para Jiménez, o avanço dela teve consequências econômicas.

Sant apoia a versão de Jiménez e detalha que quando o coral é afetado, "todas as espécies que dependem dele para proteção, alimentação e reprodução declinam".

Por enquanto, o temor dos especialistas é que o unoma chegue mais longe e afete os recifes de outros parques nacionais. Eles até alertam que extrair sem estudos prévios pode ser pior, pois ao quebrar seu corpo, pode fazer com que sua reprodução se multiplique.

Fontes