12 de julho de 2024

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Pesquisadores da USP e da Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health, dos Estados Unidos, desenvolveram um estudo que analisou como o ambiente familiar e contextual afeta o comportamento de brasileiros considerados “muito jovens”, residentes em áreas urbanas empobrecidas de São Paulo. A pesquisa do Brasil integra o Global Early Adolescent Study (Geas), primeiro estudo multicêntrico a investigar o aprendizado de normas e comportamentos de gênero entre adolescentes de 10 a 14 anos e suas implicações para a saúde física e mental dessa população.

A faixa etária de 10 a 14 anos de idade vivencia uma das fases mais críticas do desenvolvimento humano, embora seja uma das menos compreendidas e investigadas. O estudo destaca a vergonha e a timidez, sobretudo de meninas, em procurar informações e métodos de proteção para evitar gravidez e doenças sexualmente transmissíveis. Apesar da idade média dos participantes ser de apenas 12,2 anos, 24% relataram ter trabalhado no ano anterior.

Dados da pesquisa revelam ainda que:

15% dos jovens entrevistados já tinham ingerido bebida alcoólica;

8% já fumaram tabaco;

22% tiveram cinco ou mais experiências adversas na infância.

Perguntados se alguma vez sentiram que não havia ninguém para protegê-los,

36% responderam que sim.

9% dos participantes relatou já ter visto a mãe ser agredida, espancada ou sofrer ameaças.

“Esses dados indicam que adolescentes podem estar imersos em ambientes relativamente violentos, inclusive dentro de casa e em espaços familiares. As equipes da atenção primária à saúde e os profissionais que atuam nas escolas precisam estar atentos para identificar se os adolescentes estão vivenciando – ou vivenciaram – qualquer tipo de violência”, destacam os pesquisadores no relatório.

Fontes

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