3 de junho de 2021
A Universidade de São Paulo (USP) é uma das instituições que mais produzem conhecimento científico sobre a pandemia de covid-19 no mundo, segundo um levantamento feito pela empresa Clarivate Analytics, referência internacional em cientometria e bibliografia científica. De acordo com os dados, pesquisadores da USP publicaram mais de 2,9 mil trabalhos sobre covid-19 desde o início de 2020 até março de 2021, o que coloca a Universidade como a 33ª maior produtora mundial de conhecimento sobre a pandemia nesse período. Logo em seguida vem a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com mais de 2 mil trabalhos publicados.
“O Brasil desempenha um papel muito importante no avanço do nosso conhecimento sobre a covid-19”, disse o consultor Joshua Schnell, da Clarivate, ao apresentar os dados num evento online da empresa, em 27 de maio. Os números são baseados em revistas indexadas na plataforma Web of Science, o mais conceituado repositório de publicações científicas no mundo.
O País como um todo produziu 3,2% da ciência mundial sobre covid-19 até agora; um valor superior ao da contribuição geral do Brasil para todas as áreas da ciência, que é de 2,8%. A lista inclui diversos trabalhos de alto impacto, publicados nas melhores revistas científicas do mundo, como Science, Nature e The Lancet.
Uma performance notável, considerando as diversas dificuldades impostas à ciência nacional pela própria pandemia e pelos cortes orçamentários profundos a que ela foi submetida nos últimos anos. “Isso mostra o esforço extraordinário e bem-sucedido feito pela ciência brasileira na luta contra a covid-19, e o papel importante desempenhado pelos pesquisadores da Universidade de São Paulo nesse processo”, diz o físico Sylvio Canuto, pró-reitor de Pesquisa da USP.
Considerando todas as áreas de pesquisa, o Brasil segue como o 13º maior produtor de conhecimento científico no mundo, com 732 mil trabalhos publicados nos últimos dez anos (período 2011-2020), segundo os dados da Clarivate. Logo atrás da Coreia do Sul, que publicou 807 mil, e à frente da Rússia, que publicou 671 mil. Em primeiro lugar no ranking estão os Estados Unidos, com quase 7,5 milhões de estudos publicados no mesmo período, seguido da China, com 4,3 milhões.
"Isso mostra o esforço extraordinário e bem-sucedido feito pela ciência brasileira na luta contra a covid-19, e o papel importante desempenhado pelos pesquisadores da Universidade de São Paulo nesse processo”, mencionou Sylvio Canuto, pró-reitor de Pesquisa da USP.
Países com populações muito menores, mas com muito mais tradição e investimento em pesquisa, também aparecem à frente do Brasil, como Inglaterra, Alemanha, Japão, França e Itália. A Índia se destaca em sétimo lugar, com 1,2 milhão de trabalhos publicados.
Os dados mostram que a produção científica anual brasileira aumentou de forma contínua no período analisado, de aproximadamente 55 mil trabalhos publicados em 2011 para cerca de 90 mil publicações, em 2020. O mesmo não se pode dizer, porém, do nível de citação dessas publicações, que vinha crescendo até 2016, mas desde então entrou em queda (uma queda suave, mas perceptível), segundo os dados da Clarivate. O índice de impacto geral da ciência brasileira (normalizado por categoria), segundo os dados apresentados, é 0,8, numa escala em que 1 é a linha de base global.
O Jornal da USP solicitou à Clarivate informações complementares às que foram divulgadas no evento, mas a empresa informou que não poderia fornecê-las no momento.
Fonte
- Herton Escobar. USP está entre universidades que mais publicam estudos sobre covid-19 no mundo — Jornal da USP, 2 de Junho de 2021
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