Síria • 14 de fevereiro de 2016

A guerra civil na Síria teve início em 2011
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A Turquia não esperou muito para neste sábado bombardear zonas de controlo dos combatentes curdos mais fortes da Síria o que incluiu um aeródromo de onde estes esperavam atacar os jihadistas do Daesh , o autodesignado Estado Islâmico.

O primeiro-ministro turco dissera em declarações na televisão que quando necessário, no caso de a Turquia se sentir ameaçada, poderia tomar a decisão de fazer o que fez no Iraque e em Qandil. Recorde-se que em 2015 a Turquia havia lançado ataques contra seus inimigos nas bases PKK, situadas nas montanhas de Qandil que pertence à região autónoma iraquiana do Curdistão, junto da fronteira Iraniana.

O primeiro-ministro, Davutoglu, manifesta a sua esperança no apoio dos seus amigos a aleados no sentido de combater as milícias que reconquistaram a cidade de Kobani aos jihadistas em Janeiro de 2015, com o apoio dos Estados Unidos e seus aliados que se formaram para combater o Daesh.

Os soldados turcos atiraram contra alvos no Norte da província de Alepo, local esse onde o PYG domina desde 2012, em grande parte do território e de onde estes expulsaram o regime de Bashar al-Assad. Os ataques em torno de Azaz, junto à fronteira tiveram como objetivo a base aérea de Menagh.

O governo turco não está nada satisfeito com o facto de os curdos estarem cada vez mais próximos da sua fronteira com a Síria, enquanto por outro lado dá sinais de recuperar zonas a Ocidente, sob o domínio dos rebeldes.

Assad juntamente com o apoio dos russos, na tentativa de recuperar a cidade de Alepo já causaram, desde o inicio do mês, o movimento de muitos milhares de refugiados. Foram desde então 50 mil civis que tentaram passar a fronteira. No total, são 100 mil os que se encontram em campos que os turcos fizeram no lado sírio da fronteira. É de salientar que na Turquia estão cerca de 2,6 milhões de refugiados sírios. Na quarta-feira, o presidente Recep Erdogan manifestou o seu desagrado pelo apoio dos EUA aos seus inimigos curdos da Síria.

O exército livre, formado primeiramente por desertores das milícias de Assad, inclui agora grupos designados como moderados e os considerados islamistas. Estes são os mais importantes a operar no terreno aos quais os EUA validam como interlocutores.

A aviação russa deu continuidade aos bombardeamentos um pouco mais a sul, sendo estes ataques assim como disse Dovotiglu apontados como bárbaros, tiranos e com uma mentalidade medieval.

Guerra Fria

Um pouco antes da Conferência de Segurança de Munique, o ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Mevlut Cavusoglu, reconheceu que Ancara poderá vir a combater ao lado dos sauditas, os jihadistas do Daesh se isso fizer sentido. Nesta altura a Arábia Saudita vai enviar aviões para a base turca de Incirlik, local esse onde os EUA têm como partida aviões que se destinam a atacar os radicais. O primeiro-ministro russo diz que um ataque terrestre contra o Daesh que dê entrada na Síria por parte de tropas estrangeiras, é capaz de precipitar uma terceira guerra mundial.

Depois de russos e americanos terem assinado um acordo para a cessação do conflito na Síria, Dmitri Medvedev, disse já neste Sábado, em Munique, que a politica da Nato para com a Rússia continua hostil e opaca, sendo que como que recuaram para uma Guerra Fria. Declara ainda que chamam a Rússia de uma forte ameaça à Nato, à Europa e aos EUA.

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