Agência Brasil

Tunísia • 23 de novembro de 2014

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A Tunísia faz hoje (23) as primeiras eleições presidenciais desde a Revolução de 2011, disputadas por 27 candidatos e com um antigo ministro dos regimes autoritários de Habib Bourguiba e de Ben Ali como favorito. Béji Caïd Essebsi, 87 anos, é o líder do partido laico Nidaa Tunès, vencedor das legislativas de 26 de outubro. O partido, considerado heterogêneo, congrega militantes de esquerda, sindicalistas, empresários e antigos membros do regime, unidos pela oposição aos islamitas do partido Ennahda.

Membro ativo da resistência contra o protetorado francês, Essebsi foi ministro de Habib Bourguiba (1957-1987, o “pai da independência” tunisiana, que morreu em 2000) e de Zine El Abidine Ben Ali (1987-2011), deposto na revolução de 2011. Ele disputa a presidência com o presidente cessante, o histórico opositor Moncef Marzouki, 69 anos, que viveu anos no exílio na França e, regressado à Tunísia após a revolução, foi eleito presidente interino pela Assembleia Constituinte.

Entre os demais candidatos figuram o popular empresário e presidente de um clube de futebol, Slim Riahi, o político de esquerda torturado pelo antigo regime, Hamma Hammami, seis ex-ministros de Ben Ali, entre os quais o ex-chefe da diplomacia Kamel Morjane, e uma mulher, a magistrada Kalthoum Kannou. O partido islamita Ennahda, no poder desde o final de 2011 até o início deste ano, não apresentou um candidato e deixou aos seus apoiadores uma única orientação: eleger um presidente que garanta a democracia.

Se nenhum candidato obtiver maioria absoluta no primeiro turno, um segundo turno será efetivado no final de dezembro.

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