Agência Brasil

Estado de Lara.
Estado de Aragua.

Venezuela • 27 de novembro de 2014

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Pelo menos 13 detentos que faziam greve de fome morreram ontem (quarta-feira, 26) por intoxicação com medicamentos em uma prisão no Sudoeste da Venezuela, informou o governo venezuelano. Houve um total de 145 casos de intoxicação ocorridos na prisão de Uribana, no estado de Lara.

Os detentos começaram a greve de fome no início da semana, em protesto contra o tratamento desumano e violações de direitos humanos de que dizem ser alvo por parte de funcionários das prisões.

Segundo a polícia e a organização não governamental Observatório Venezuelano das Prisões (OVP), o total de mortos chega a 21 (17 morreram na prisão e quatro na unidade prisional de Tocoron, no estado de Aragua, para onde tinham sido transferidos nas últimas horas.

Em comunicado, o governo informou que as mortes foram causadas pela “ingestão descontrolada” de múltiplos medicamentos, incluindo antibióticos, anti-hipertensivos, antiepiléticos, assim como álcool puro.

Segundo o relatório semestral da OVP, no fim de junho, havia 55.007 detidos nas cadeias da Venezuela, cuja capacidade de lotação é 19 mil. Do universo de detidos, aproximadamente dois terços aguardavam julgamento.

Segundo a ONG, no primeiro semestre de 2014, 150 presos morreram nas prisões da Venezuela, país de 30 milhões de habitantes.

Histórico

Nos últimos anos, apesar da pobreza cair no nível baixo da História, a Venezuela enfrenta grave crise econômica e política, agravada em altas taxas de crimes e piora em liberdade de expressão, agravada pelas políticas econômicas e políticas de Hugo Chávez, falecido em 2013 (segundo teorias conspiratórias, ele já estava morto no final de 2012, a algum tempo, até anúncio oficial) por câncer em Venezuela, após o tratamento mal feito em Cuba, em circunstâncias mal esclarecidas até hoje.

O sucessor, Nicolás Maduro, insiste manter projeto político iniciado por Chávez, que já provou ser fracassada, chamado de "chavismo sem Chávez" fazendo que a taxa de impopularidade chegar aos 70% em outubro, após protestos de fevereiro de 2014 (na qual foi reprimida com muita violência), prisões de opositores e dissidentes políticos. Maduro anunciou ter desarticulado três tentativas de Golpes de Estados em espaço de três meses, com prisões de militares, informações de tentativas de golpe mal esclarecidas até hoje. Maduro, eleito no ano passado, vai governar o país até 2019.

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