24 de dezembro de 2021

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A maior companhia de automóveis eléctricos do mundo, Tesla, acaba de assinar um acordo para a obtenção de material usado em baterias eléctricas a partir de grafite de uma mina em Moçambique.

A empresa vai obter Material Activo Ânodo (AAM) da mina em Balama, na província de Cabo Delgado, operada pela companhia australiana Syrah Resources Limited e que ,segundo informações, é o maior depósito do mundo de grafite de alta qualidade.

O material será levado para uma fábrica em Vidalia, no Estado americano da Louisiana.

A fábrica está a ser expandida e, segundo um comunicado da companhia australiana, a Tesla vai obter a maioria da capacidade de produção a um preço fixo durante quatro anos.

A Tesla tem a opção de expandir a compra se a Syrah alargar a sua capacidade de produção.

O complexo na Louisiana planeia usar grafite de Moçambique para se tornar na primeira fonte de fornecimento dentro dos Estados Unidos de ânodo de grafite para a indústria em rápido crescimento de veículos eléctricos e para a indústria de manufacturação de baterias de lítio.

Balama tem agora importância estratégica

O acordo confirma a grafite de Moçambique como um produto de importância estratégica para uso nas novas energias.

O maior produtor mundial de grafite é a China e recentemente a Tesla, cujo maior accionista é o sul-africano/americano Elon Musk, tinha pedido ao Governo dos EUA para eliminar tarifas na importação da grafite chinesa.

A agência de notícias Bloomberg disse que a China produz actualmente quase metade de toda a grafite usada na produção de materiais para ânodos e a procura deverá aumentar cinco vezes até ao fim da próxima década.

O Departamento de Investigação Estratégica daquela agência financeira citou o director administrativo da Syrah, Shaun Verner, como tendo dito que “essa concentração constitui um risco a rivais que queiram construir cadeias de fornecimetnto doméstico de baterias, como os Estados Unidos e Europa”.

Os maiores produtores de veículos eléctricos estão actualmente à procura através do mundo de lítio, cobalto, níquel e grafite para uso nas suas baterias.

Produção de Balama em Cabo Delgado esteve interrompida

A produção de grafite em Balama recomeçou em Março depois de uma interrupção em 2020 causada pela pandemia da Covid-19, que levou a um redução de 65% da força de trabalho

Desconhece-se se as actividades de rebeldes em Cabo Delgado tiveram algumas influência nos planos da Syrah em Balama que está contudo situada a sul da província, em zona até agora não afectada pelos insurgentes.

A Syrah diz no seu portal na internet que a mina de Balama tem uma expectativa de produção de 50 anos e a concessão ocupa uma zona de 106 quilómetros quadrados

Fontes