Agência Brasil

30 de julho de 2008

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Após mais de uma semana de discussões, propostas, contrapropostas, críticas, desagregações e até menções às táticas de propaganda da Alemanha nazista, a reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC) para tratar da Rodada Doha não deu em acordo. Ainda não foi possível aumentar o grau de liberalização no comércio mundial compatibilizando os diferentes interesses dos diversos países.

O diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, reconheceu ontem (29) que o encontro em Genebra (Suíça) fracassou, segundo informação da BBC Brasil. A reunião termina oficialmente hoje, mas o porta-voz do Comissário de Comércio da União Européia, Peter Mandelson, já adiantou que não haverá mais negociações nesta semana.

Lamy sugeriu que os negociadores busquem ao menos certo grau de conciliação através da adoção de salvaguardas no âmbito interno. Para reprimir que as importações atinjam um nível prejudicial ao país em questão, seriam cobrados mais impostos quando o limite de segurança fosse ultrapassado.

Os maiores impasses em Genebra permanecem principalmente entre os interesses dos Estados Unidos, China e Índia, segundo a BBC Brasil. O governo da China, por sua vez, rejeitou os argumentos americanos em defesa da redução de subsídios ao algodão deve estar vinculada à queda de tarifas de países em desenvolvimento, segundo a agência oficial de notícias Xinhua. "Recentemente, ouvimos certos argumentos absurdos de que a diminuição pelos Estados Unidos de subsídios ao algodão que distorcem o comércio dependerá da redução ou inclusive eliminação de tarifas sobre o algodão aplicadas por países em desenvolvimento, incluindo a China", disse o chefe de assuntos da OMC do Ministério do Comércio da China, Zhang Xiangchen. Já o ministro indiano do Comércio, Kamal Nath, disse que os EUA "tentam favorecer seus interesses comerciais, eu tento proteger a vida e a segurança dos agricultores [indianos]."

O ministro de Relações Exteriores brasileiro, Celso Amorim, pediu que os países membros da OMC "deixem de trocar acusações e assumam os riscos de um acordo final" para o sucesso da Rodada de Doha. O Brasil tem sinalizado, desde a semana passada, a intenção de aceitar um acordo proposto por Pascal Lamy, o que gerou atritos com outros países em desenvolvimento que estavam mais irredutíveis, como Argentina e Índia.

Fontes