30 de julho de 2023

Email Facebook Twitter WhatsApp Telegram

 

Flagra de raio durante a tempestade elétrica em Piracicaba. O evento foi um reflexo do temporal que atingiu Rio das Pedras.

Na noite desta última sexta-feira (28), um temporal causou estragos na cidade de Rio das Pedras, no interior do estado de São Paulo. Ninguém ficou ferido. No mesmo momento, uma tempestade elétrica com frequência de aproximadamente um relâmpago a cada dois segundos foi registrada e filmada em Piracicaba, município vizinho de Rio das Pedras. Há suspeitas de que o temporal tenha sido um downburst provocado em decorrência da passagem de um ciclone extratropical no Sul do Brasil.

Em Rio das Pedras, a estrutura de uma quadra esportiva desabou devido aos fortes ventos, além de várias árvores que caíram. Houve alagamentos em ao menos duas ruas da cidade: Holanda Cibim e Contador Rafael Poncio. A Defesa Civil informou que não houve registros de árvores que caíram sob residências, veículos ou pessoas. Segundo a estação da CEMADEN, a chuva em Rio das Pedras teve um acúmulo de 41,8 milímetros.[1]

Vídeos mostrando a tempestade elétrica avistada em Piracicaba. Nota-se a alta frequência de relâmpagos.

Já em Piracicaba, uma tempestade elétrica foi avistada ao sudeste da área urbana, onde estava o município de Rio das Pedras. A chuva foi fraca com gotas grossas, e as rajadas de vento não passaram dos 50km/h, pelo menos no centro piracicabano. A frequência de descargas elétricas durante a tempestade elétrica foi o que mais impressionou: Cerca de 1 relâmpago ou raio a cada 2 segundos, isso é, aproximadamente 1.800 relâmpagos por hora. Ambos os eventos começaram por volta das 18h do dia 28 de julho de 2023, e terminaram após 1 hora. A frequência de relâmpagos durante a tempestade elétrica foi diminuindo conforme o passar do tempo.

Há suspeitas de que o fenômeno tenha sido um downburst ou microexplosão, que são tipos de rajadas descendentes. Uma rajada descendente é basicamente uma corrente de ar que desce da nuvem e se espalha radialmente após tocar o solo. É diferente do tornado -- que se move de forma ascendente, e os seus ventos, giratoriamente. A rajada descendente geralmente ocorre quando uma nuvem cumulonimbus não suporta o próprio peso, isso faz com que toda a água caia de uma só vez, gerando uma forte ventania e até granizo. O downburst é um termo genérico utilizado para designar quaisquer rajadas descendentes, sejam elas micro ou macro. Microexplosão ou microburst é uma rajada descendente com uma extensão menor do que 4km, enquanto macroexplosão ou macroburst é maior do que uma microexplosão. No Brasil, as rajadas descendentes costumam ser chamadas de microexplosão, mesmo sendo macro.

Nas imagens de satélites disponibilizadas pelo Inmet, é possível ver nuvens cumulonimbus com temperaturas de -55°C sob a região de Piracicaba, por volta das 21h00UTC (18h00 no horário local).

A ocorrência de rajadas descendentes não é rara na região de Piracicaba. Já ocorreram fenômenos parecidos em 21 de julho de 2013 e em 16 de novembro de 2020. Também houve registro de uma leve microexplosão em 2 de fevereiro de 2023, na cidade de Piracicaba, que foi filmada por uma câmera do Clima ao Vivo. A maior parte das rajadas descendentes são leves e, frequentemente, chamadas de chuvas de vento, temporal com ventos fortes, entre outros.

Notícias Relacionadas

Fontes

 
Reportagem original
Esta notícia contém reportagem original de um Wikicolaborador.
  1. Inmet :: Mapa de Estações — mapas.inmet.gov.br. Página visitada em 30 de julho de 2023