18 de abril de 2022

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Agência VOA

A disputa sobre as propriedades da Igreja Universal do Reino de Deus, IURD, não chegou ainda ao fim apesar de uma recente decisão de um tribunal que decidiu a favor da ala brasileira da igreja ordenando o descongelamento de todos os seus bens.

Com efeito os templos da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) em Angola, cuja reabertura foi anunciada na terça-feira, voltaram a ser encerrados e serão entregues à direção “legitimada pelo Governo”, de acordo com Instituto Nacional para os Assuntos Religiosos (INAR), entidade que é igualmente fiel depositária dos templos que estavam apreendidos por ordem da Procuradoria-Geral da República (PGR).

O diretor-geral adjunto do Instituto Nacional para os Assuntos Religiosos (INAR), Ambrósio Micolo, confirmou este sábado, em entrevista a RNA, reconheceu que o tribunal decidiu devolver o patrimônio que estava sob arresto à igreja, mas disse que “é preciso que o tribunal notifique o INAR para que este seja autorizado a fazer a entrega e possa autorizar a reabertura dos templos.”

Ambrósio Micolo salientou que neste momento “já não existem alas, existe uma direcção da Igreja Universal”, e é “esta direcção legitimada pelo Estado angolano que vai recepcionar os templos que vão ser entregues pelo INAR, (pois) esta é que tem legitimidade para reabrir e exercer as suas actividades”.

O responsável adiantou, também, que mal o tribunal notifique o INAR este fará a devida comunicação à PGR para se proceder à entrega dos templos, sublinhando que “vai ser reposta a legalidade”.

Migty Costa, pastor da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), relatou o ato de encerramento.

“O comandante da Esquadra do Zinga tentou às 4 horas da manhã forçar a entrada aqui na Igreja Universal do Reino de Deus aqui no Maculusso”, disse.

Para o jurista Agostinho Canando a decisão de qualquer tribunal é de comprimento obrigatório, mas com o recurso entreposto é normal que a decisão fique suspensa até o caso transitar em julgado.

“Como em qualquer processo, quando é analisado em primeira instância quem nunca está satisfeito e recorre à segunda instância e neste caso a própria procuradoria também está interessado em relação ao processo”, disse.

A VOA tentou o contacto com Pedro de Castro Maria do Instituto Nacional para os Assuntos Religiosos (INAR), para ter mais dados sobre o encerramento dos templos da IURD em Angola, cuja reabertura foi anunciada na passada terça-feira, mas não obteve qualquer resposta.

A salientar, a ala dissidente ou angolana da IURD diz que qualquer que seja a decisão do tribunal, os templos pertencem-lhe porque segundo, diz a direção da ala brasileira, é ilegal porque não é reconhecida pelas autoridades.

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