Agência Brasil

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, o presidente Lula e o ministro da Justiça, Tarso Genro, durante audiência no Palácio do Planalto. Foto: Wilson Dias/ABr

16 de julho de 2008

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Ao concederem entrevista lado a lado, o ministro da Justiça, Tarso Genro, e o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, minimizaram hoje (15) as críticas que trocaram pela imprensa desde a deflagração da Operação Satiagraha, da Polícia Federal. Eles também negaram a existência de confronto entre os Poderes Judiciário e Executivo.

Tarso disse que ele e o presidente da Corte nunca ficaram em lados opostos em relação à ação policial que resultou na prisão de 24 pessoas - entre elas, o banqueiro Daniel Valente Dantas. “O ministro cumpriu o papel dele como presidente do Supremo, e eu cumpri o meu papel como ministro da Justiça. Não tivemos nenhum antagonismo de princípio e nem uma visão que nos impedisse de manter um diálogo”, afirmou o ministro.

Gilmar Mendes seguiu a mesma linha e negou uma crise entre o Supremo e o Ministério da Justiça. “Nunca houve nenhum confronto, desentendimento”, ressaltou.

Os dois também jogaram parte da culpa à imprensa, que, segundo Tarso, teria exagerado em relação as suas declarações. Gilmar Mendes disse, por sua vez, que foi mal compreendido quando afirmou que o ministro da Justiça não tinha competência para julgar a prisão ou soltura de suspeitos.

“Quando eu disse que isso não era atribuição do ministro da Justiça, eu não estava dizendo que o ministro era incompetente para se pronunciar sobre o tema. Estava dizendo que isso não estava na esfera [do ministro da Justiça]”, assinalou Gilmar Mendes.

“Acho que houve uma divulgação superlativa de contradições entre nós, que não corresponde a nossa relação dialógica durante todo esse tempo, conversando por telefone, pessoalmente. Nunca rompemos a naturalidade da nossa relação de respeito recíproco”, acrescentou Tarso.

Assim que a PF deflagrou a operação, o ministro Gilmar Mendes acusou os policiais envolvidos na investigação de promover um espetáculo e criticou o uso de algemas. Já Tarso Genro saiu em defesa da PF, embora tenha admitido que foram cometidos excessos, como a exposição dos presos algemados.

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