Agência Brasil

Brasil • 14 de julho de 2009

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O ministro da Justiça, Tarso Genro, disse hoje (14) acreditar que o trabalho que está sendo realizado por grupos militares no Araguaia, de mapeamento dos locais onde os corpos de guerrilheiros e camponeses foram enterrados na década de 1970, durante a repressão ao movimento de oposição ao regime militar, irá possibilitar o cumprimento parcial do objetivo de encontrar corpos de desaparecidos. Uma sentença judicial condenou a União a realizar as buscas em um prazo de 120 dias.

Parcialmente é possível. Estivemos em São Domingos do Araguaia, em uma sessão pública de anistia a pessoas que sofreram violência na região, e eles deram uma massa grande de informações. Então acho que é possível encerrar o luto de algumas famílias, que estão sofrendo até hoje pela morte e pela sensação de perda decorrente da ausência dos restos mortais do ente querido.

Tarso Genro

Em relação à conveniência da falta de participação dos parentes dos desaparecidos nas buscas, o ministro preferiu não tecer comentários de mérito:

Vamos aguardar o resultado do trabalho. Prefiro não me manisfestar. Depois vamos ter um opinião bem sistemática sobre isso.

Tarso

O ministro ressaltou ainda que, no seu entender, “a presença do Ministério Público é fundamental em trabalhos como este”. O Ministério Público Federal no Pará vai pedir a suspensão das buscas no Araguaia devido à falta de participação dos parentes dos desaparecidos.

Militantes do PCdoB temem a inconsistência dos dados que servem de base para o levantamento militar. Eles defendem a participação de integrantes da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos no Comitê Interinstitucional criado pelo Ministério da Defesa, para supervisionar o grupo de trabalho. Querem também, assim como o Ministério Público, que o governo ouça os militares que participaram da fase final da guerrilha, para que os mesmos indiquem, com mais precisão, os locais onde foram deixados corpos.

Fontes