Brasília, DF, Brasil • 6 de março de 2009

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Os eleitores de sete municípios voltaram às urnas no domingo, dia 1º de março, para escolher prefeito e vice-prefeito. Os candidatos vitoriosos nesses municípios em 5 de outubro de 2008 tiveram seus registros negados em definitivo pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e as eleições suplementares foram marcadas pelos Tribunais Regionais Eleitorais.

As novas eleições foram realizadas nos municípios de Amarante do Maranhão, Bacabeira, Centro Novo do Maranhão e Vila Nova dos Martírios no Maranhão; Braço do Norte, em Santa Catarina; Amajari, em Roraima; Patu, no Rio Grande do Norte. O plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou o envio de força federal para os municípios maranhenses de Centro Novo do Maranhão e Amarante do Maranhão.

Em Amarante, sede da 99ª Zona Eleitoral, foi eleita Adriana Luriko Kamada Ribeiro, para o cargo de prefeita, pela coligação "A Vontade do Povo Continua", com 10.050 votos (59,65% dos votos válidos). Em segundo lugar ficou o candidato Miguel Marconi Duailibe Gomes, pela Coligação "A Verdade Vencerá", com 6.799 votos (40,35%).

Nesse município, 17.706 eleitores compareceram nas 69 mesas receptoras de voto, o que equivale a 82,33% do eleitorado daquele município. Houve 119 votos em branco (0,67%), 738 votos nulos (4,17%) e 16.849 votos válidos (95,16%).

Foi eleito para o cargo de prefeito na cidade de Centro Novo, o candidato Arnóbio Rodrigues dos Santos, pela coligação "Frente de Libertação de Centro Novo do Maranhão", com 3.400 votos, 53,36% dos votos válidos. Em segundo lugar ficou o candidato Pedro Teixeira Vieira, pela Coligação "A Força do Povo" com 2.972 votos (46,64%).

Nesta eleição, votaram 6.725 eleitores, 82,99% do eleitorado de Centro Novo do Maranhão. Houve 47 votos em branco (0,70%), 306 votos nulos (4,55%) e 6.372 votos válidos (94,75%).

No município de Vila Nova dos Martírios, com 2.415 votos (50,12% dos votos válidos), foi eleito para o cargo de prefeito Wellington de Sousa Pinto, pela Coligação "De Volta a Liberdade". Com 2.403 votos (49,88% dos votos válidos), ficou em segundo lugar o candidato Edival Batista da Cruz, pela Coligação "Por Amor a Vila Nova".

Votaram 4.944 eleitores nesta eleição. Houve 34 votos em branco (0,69%), 92 votos nulos (1,86%), 4.818 votos válidos (97,45%).

O Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão concluiu a apuração das urnas eletrônicas no município de Bacabeira às 18h. Foram apurados 8.243 votos, sendo 144 votos em branco (1,75%), 313 votos nulos (3,80%) e 7.786 votos válidos (94,46%).

Com 6.533 votos, foi eleito para o cargo de prefeito, pela Coligação "União Democrática", o candidato José Venâncio Corrêa Filho, com um percentual de 83,91% dos votos válidos.

O município de Braço do Norte, localizado na região sul de Santa Catarina, a 173 km de Florianópolis, possui 24.802 habitantes, dos quais 18.143 voltaram às urnas neste 1º de março e escolheram Evanisio Uliano (PP), como prefeito e Valberto Wiggers Michels (PT), como vice-prefeito, pela coligação "Braço do Norte em Boas Mãos" (PP/PT/PR).

Uliano foi eleito com 9.178 votos, ou 51,71% do total de votos válidos, contra 8.572 recebidos por com Zalene Niehues Matos da coligação "Com a Força do Povo". O novo pleito foi necessário porque mais de 50% dos votos da eleição de 5 de outubro último foram conquistados por candidato inelegível.

O candidato Rodrigo Mota de Macedo (PPS), conhecido como "Rodrigo Cabral", foi eleito o novo prefeito de Amajari (RR). Ele obteve 1.814 votos (54,05% dos votos válidos) e derrotou Paulo Rodrigues Wanderley (PSDB), que recebeu 1.542 votos (45,95%). Dos 4.121 eleitores da cidade, 3.460 (83,88%) compareceram para votar neste domingo. Houve 14 votos brancos (0,4%) e 90 nulos (2,6%).

A candidata Evilásia Gildênia de Oliveira (PSB), da coligação “Justiça e Paz”, venceu a eleição suplementar em Patu com 52,14% dos votos válidos, ou seja 3.526 votos. A totalização da votação foi concluída às 17h36.

Os eleitos tomarão posse nessa semana e governarão as cidades até 2012. Desde outubro, dez cidades brasileiras já realizaram eleições suplementares referentes ao pleito de 2008, oito em 2009 e duas ainda em 2008.

Polêmica em Patu

A candidata Evilásia Gildênia de Oliveira (PSB), da coligação "Justiça e Paz" (PSB-PV-PT-DEM-PR), venceu as eleições para a Prefeitura de Patu (RN) com 3.526 votos, 52,14% dos votos válidos. Ela é esposa de Ednardo Moura, que teve o registro cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) após receber a maioria dos votos nas eleições realizadas em Patu em 5 de outubro do ano passado. Prefeito da cidade entre 1997 e 2000, Moura teve suas contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

A apuração dos votos de Patu, a 341 quilômetros de Natal, foi encerrada às 17h36, de acordo com o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Estado. O candidato Alexandrino Suassuna Barreto Filho (PMDB), da coligação "União e Trabalho" (PMDB-PDT-PP-PMN-PCdoB-PPS) obteve 3.236 votos, 47,86% dos votos válidos. Evilásia recebeu 290 votos a mais que o adversário.

Foram apurados 7.172 votos, o que indica comparecimento de 91,02% dos 7.844 eleitores das 26 seções eleitorais do município. Desse total, 6.762 foram válidos (94,28%), 92 foram brancos (1,28%), 318 foram nulos (4,43%) e 708 eleitores se abstiveram (8,98%).

Segundo informações do TRE-RN, a eleição transcorreu sem incidentes. Tropas da Polícia Militar foram enviadas a todos as seções para garantir a tranquilidade dos eleitores na votação e apuração.

A juíza Gisela Besch, que presidiu a eleição suplementar de Patu, aguarda documentos oficiais da Polícia Federal (PF), que levantou suspeita sobre a compra de votos por parte de um homem que foi levado com outras três pessoas para a Promotoria de Justiça da cidade.

Derrotada nas urnas por uma diferença de 290 votos, a coligação União e Trabalho vai entrar com uma representação na Justiça Eleitoral pedindo a cassação do registro e a consequente diplomação da candidata eleita Evilásia Gildênia (PSB) por captação ilícita de voto. Os advogados vão usar como argumento a prisão do ex-secretário de Finanças na gestão de Ednardo Moura, o bancário Evandro Moura, e mais três eleitores na manhã de domingo. Os quatro foram levados para o fórum por uma guarnição policial e de lá encaminhados para depoimento na Polícia Federal. Os depoimentos começaram no final da manhã e só terminaram por volta de meia-noite.

“Em nosso entender, o processo está contaminado”, disse o advogado Félix Gomes Neto, que coordenou o departamento jurídico da campanha do candidato do PMDB e até ontem à tarde não tinha conhecimento do teor dos depoimentos dos condutores (três policiais), dos conduzidos (três eleitores) e do principal acusado, que é parente de Ednardo. Ele teria pago a passagem para que os três fossem votar. “Claro que foi uma armação política”, reagiram os advogados da coligação liderada por Gildênia.

O procedimento policial chegou às mãos do promotor Cláudio de Melo Ferreira por volta das 15 horas de ontem. Ele disse que terá três dias para analisar os depoimentos e se pronunciar a respeito do assunto e que procederá a denúncias se houver indícios suficientes para tal. A compra de votos é tipificada como crime grave, com pena até 4 anos de reclusão.

Os 290 votos de maioria ficaram abaixo do previsto pela coligação Justiça e Paz, mas suficientes para os partidários de Evilásia sair em passeata sob uma fina chuva minutos depois do fechamento das urnas, quando ainda não havia sido divulgado o resultado oficial, o que ocorreu 40 minutos depois, pela juíza da 37ª Zona Eleitoral, Gisela Besch.

A eleição suplementar foi decidida pela Justiça Eleitoral depois que o Tribunal Regional Eleitoral não diplomou o prefeito eleito em 3 de outubro, Ednardo Moura, marido de Evilásia. Ednardo foi incluído pelo Tribunal de Contas da União (TCU) na lista dos ex-gestores fichas-sujas. Isso porque as contas relativas a um convênio celebrado com o Ministério da Integração Nacional foram recusadas. Na eleição de outubro, a maioria de Ednardo sobre o concorrente, João Henrique foi de 438 votos.

O coronel Freitas, que comandou as tropas da Polícia Militar, disse que a eleição foi tranquila. A PM, inclusive, montou um esquema para garantir a segurança dos eleitores que saíram às ruas para festejar a vitória.

Pelo calendário eleitoral, a diplomação da eleita será no dia 24 de março e a posse três dias depois. O marido da prefeita eleita defendeu a instalação de uma equipe de transição, apesar do pouco tempo que falta para a posse. Evilásia, 44 anos, disse que a prioridade será re-arrumar a Saúde e fortalecer a Educação do Município.

Fontes