Agência Brasil

18 de novembro de 2009

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Os senadores e deputados que estiveram na tarde de ontem (17) no presídio da Papuda, em Brasília, pediram ao ex-ativista político italiano, Cesare Battisti, que ele continue tomando soro, conforme recomendações médicas. A ideia é de que ele tenha condições físicas de falar hoje (18) no Supremo Tribunal Federal (STF), caso os ministros da Corte aceitem a sugestão, feita pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP), para que o italiano tenha oportunidade de se defender pessoalmente na retomada do seu julgamento de extradição.

Em greve de fome desde a última sexta-feira (13), Battisti havia aceitado tomar soro ontem, mas decidiu suspender o tratamento para tentar sensibilizar o presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, que deve proferir hoje seu voto no processo de extradição.

O julgamento está empatado, com quatro ministros a favor da concessão de refúgio político ao italiano e outros quatro defendendo a tese de que Battisti cometeu crimes comuns e, portanto, deve voltar a seu país.

“Insistimos a ele [Battisti] que aceitasse receber o soro, sobretudo, para que possa estar com forças amanhã se, porventura, os ministros aceitem ouví-lo”, disse Suplicy. O petista informou à Agência Brasil que encaminhou hoje a Gilmar Mendes o discurso que fez na tribuna do Senado pedindo que fosse concedido a Battisti o direito de falar pessoalmente no STF antes do voto do presidente da Corte.

Suplicy contou que o italiano está abatido fisicamente, mas confiante na decisão do STF. “Ele está mais abatido fisicamente, um pouco enfraquecido e mais magro. Entretanto, ele está moralmente forte e confiante de que o Supremo deverá tomar uma decisão favorável ao direito de refúgio”, disse o senador, que é favorável à concessão de asilo político ao ex-ativista.

Battisti foi condenado à prisão perpétua na Itália, em 1993, acusado de quatro assassinatos. Exilado, viveu na França, no México e foi preso em 2007 no Brasil. Em janeiro, o ministro da Justiça, Tarso Genro, concedeu refúgio político a ele.

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