Agência Brasil

10 de setembro de 2015

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A agência de classificação de riscos Standard & Poor's (S&P) informou no início da noite de ontem (9) que reduziu a nota de crédito do Brasil de BB+ para BBB-, com perspectiva negativa, o que significa que há chance de nova revisão para baixo no futuro. Com a redução, o Brasil perde o grau de investimento, conferido a países considerados bons pagadores e seguros para investir.

No comunicado, a agência diz que o perfil de crédito do Brasil enfraqueceu desde 28 de julho, quando houve revisão da perspectiva de nota do país para negativa, ainda com manutenção do grau de investimento.

A S&P sinaliza que a proposta orçamentária do país para 2016, prevendo um déficit primário de R$ 30,5 bilhões em lugar do superávit de 0,7% estimado anteriormente, influenciou a decisão do rebaixamento.

Para a agência, a proposta orçamentária com déficit “reflete desacordo sobre a composição e magnitude das medidas necessárias para reparação da derrapagem das finanças públicas”. A nota também cita a relação entre o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e a presidenta Dilma Rousseff.

“Enquanto o ministro da Fazenda está trabalhando para levar adiante várias medidas para retomar a meta inicial de 0,7% de superávit, elas precisarão ser negociadas com o Congresso. Mais importante, a série de eventos que levou à proposta orçamentária [com déficit] sugere coesão diminuída com o gabinete da presidenta Dilma Rousseff e contribui para nossa avaliação de um perfil de crédito mais fraco”, diz o comunicado.

Além da revisão da S&P da perspectiva da nota de crédito do país para negativa no fim de julho, a Fitch fez o mesmo em abril. A Moody's, por sua vez, também rebaixou o país em agosto. A agência reduziu a nota brasileira de Baa2 para Baa3, o que ainda significa grau de investimento.

Reações

A reação do governo da Standard & Poor's (S&P) ter reduziu a nota de crédito do país e com perspectiva negativa para nova redução de nota no futuro, pegou o governo e a imprensa brasileiras de surpresa, a reação do governo não demorou.

O ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Nelson Barbosa, afirmou que a perda do grau de investimento do Brasil não muda a trajetória de recuperação da economia brasileira. De acordo com Barbosa, o país está trabalhando em várias frentes para construir as condições do reequilíbrio fiscal.

"Tenho certeza de que a avaliação feita hoje será revertida à medida que as condições melhorem.Trabalhamos para manter sempre a melhor avaliação por parte do mercado e de todos os agentes da economia", concluiu.

Já o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse, por meio de nota, que "o governo brasileiro reafirma seu compromisso com a consolidação fiscal". Levy voltou a sinalizar intenção de perseguir a antiga meta de superávit primário para 2016.

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Fontes