Agência Brasil

Brasil • 16 de julho de 2009

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O setor calçadista brasileiro deverá iniciar, neste mês, a retomada do ritmo das exportações, interrompido pela crise econômica mundial. A aposta é do presidente da Feira Internacional de Calçados, Assessórios de Moda, Máquinas e Componentes (Francal), Abdala Jamil Abdala. A feira é uma das mais importantes do setor.

“Sentimos que pode haver uma reação, mas não tão forte quanto no mercado interno. O produto brasileiro tem o atrativo mundial, estamos com preços razoavelmente competitivos, apesar de o dólar continuar flutuando, o que dá uma certa intranquilidade”, disse Abdala, hoje (15), em São Paulo.

Em junho, o setor exportou 31,2% a mais que no mês anterior. No entanto, em comparação com o mesmo mês de 2008, o resultado foi 28,4% inferior.

“O consumo interno nunca chegou a cair, sempre tem crescido sobre o ano anterior. A dificuldade que a indústria enfrenta é porque as importações estão crescendo de maneira desenfreada. O Brasil está sendo usado como valeta de desova de excedentes mundiais de estoque”, ressaltou o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Milton Cardoso.

Segundo ele, o preço dos produtos importados da China é, atualmente, o principal obstáculo da indústria calçadista brasileira. “Na deslealdade dos fatores econômicos, sobretudo nas condições precárias de trabalho dos trabalhadores chineses, é que eles encontram a sua força. E, dessa maneira, tomam o nosso mercado, provocando um desemprego profundo no setor calçadista brasileiro.”

Cardoso destacou que, no último trimestre, foram perdidos 42 mil empregos no setor em razão das importações chinesas.

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