Agência VOA

Líder muçulmano senegalês diz que uso daquelas vestimentas nada tem a ver com o Islão.

19 de novembro de 2015

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O Governo do Senegal proibiu o uso da vestimenta islâmica que cobre todo o corpo deixando somente os olhos expostos, conhecida como niqab (na cor preta) ou burca (azul).

A mesma medida tinha sido tomada pelas autoridades dos Camarões e do Chade.

O ministro do Interior senegalês, Abdoulaye Daouda, afirmou ser “uma questão de segurança nacional” com o objectivo de evitar que terroristas usem a vestimenta como disfarce.

Senegal é um país em que 90 por cento da população considera-se muçulmana.

Embora o país não tenha sofrido nenhum ataque terrorista, as autoridades estão preocupadas com a expansão do grupo extremista Boko Haram, com centro na Nigéria, que tem usado mulheres e crianças nos seus ataques suicidas recentes.

Neste mês, cinco pessoas foram presas no Senegal por suspeita de estarem ligadas ao grupo terrorista nigeriano.

Mbaye Niang, líder muçulmano e membro do Parlamento senegalês, afirmou que a nova lei foi feita para proteger o islã. “Não podemos permitir que alguém cubra todo o corpo como fazem os terroristas, porque é uma tradição de alguns países, mas não tem nada a ver com o Islão”.

A mesma medida foi adoptada também nos Camarões e no Chade, dois países de maioria muçulmana e que têm sofrido no seu interior ataques do grupo Boko Haram.

Em Outubro, 62 mulheres foram presas no Chade por usar o niqab após a proibição, que entrou em vigor em Junho.

Elas foram liberadas após pagar cerca de 170 dólares de multa.

Em Julho, dois homens-bomba vestidos com o niqab causaram uma explosão que deixou 27 pessoas mortas, inclusive muitos policias.

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