6 de abril de 2021

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Senadores cobraram nesta terça-feira (6) uma campanha nacional urgente, do governo federal, com um discurso unificado para informar a população brasileira sobre a prevenção à covid-19 e o incentivo à vacinação no país. A cobrança foi feita ao secretário especial de Comunicação Social (Secom) do Ministério das Comunicações, Flávio Augusto Viana Rocha, durante audiência da comissão temporária criada para acompanhar as ações contra a covid-19.

O almirante de esquadra chefiava a Secretaria de Assuntos Estratégicos e assumiu o cargo no dia 11 de março, substituindo Fábio Wajngarten.

Para os senadores, até o momento, o governo não conseguiu repassar informações básicas à sociedade por meio de campanhas oficiais, o que tem agravado ainda mais a crise sanitária no país. O relator da comissão, senador Wellington Fagundes (PL-MT), observou que o Brasil está atrasado em relação ao plano de comunicação e pediu celeridade na elaboração de ações transparentes e esclarecedoras, principalmente as relativas à vacinação.

—Todos os dias todo o povo brasileiro é apanhado pela decepção, ao acordar pela manhã. Fica sem saber como será colocado, que dia será o dia dele (da vacinação). Essa informação está desencontrada nos estados, nos municípios. O importante é que o brasileiro quer saber que dia que a vacina vai chegar no braço dele. Por isso, nós entendemos que unificar a informação de forma transparente será de grande ajuda nesse momento tão dramático que vivemos — disse.

De acordo com o secretário, o governo se antecipou em relação à eclosão da crise sanitária, uma vez que a Organização Mundial de Saúde (OMS) só declarou pandemia mundial em março de 2020 enquanto o comitê de monitoramento da crise vinculado ao Executivo Federal foi montado, segundo ele, em janeiro daquele mesmo ano. O almirante ainda informou que o setor de comunicação iniciou as campanhas com esclarecimentos sobre a doença, medidas preventivas e, mais recentemente, ações relativas à vacina desde fevereiro de 2020.

— Nós temos todo um planejamento para que seja enfatizada a inserção de peças publicitárias, como falei, em todos os meios para justamente fazer frente a esse período em que está, realmente, a nova variante muito forte. A sociedade brasileira foi surpreendida pela nova variante desde o final do ano passado, mas o setor de comunicação do governo está pronto para continuar fazendo o seu papel de orientar a sociedade à luz das recomendações que são emanadas principalmente do Ministério da Saúde e dos entes como um todo — afirmou. 

Distanciamento e máscara

Os senadores criticaram a falta de alinhamento entre o discurso do governo, e principalmente, o comportamento do presidente da República, Jair Bolsonaro, com as orientações e recomendações científicas sobre a doença. Eles defenderam a elaboração de peças publicitárias com informações sobre distanciamento social, uso de máscara e a participação do Chefe da Nação na condução desse discurso.

— É inacreditável que o presidente da República, secretário, que é o maior formador de opinião deste país pela posição que ele tem, estratégica, não use esse seu poder de comunicação para informar bem a sociedade brasileira. É inacreditável que ele chegue na data, por exemplo, de receber a vacina e não se vacine – ou, se vacinou, ele não informou isso para ninguém. Ou seja, aquele que está na condução da política, infelizmente, não está fazendo aquilo que deveria fazer, que é o comando desta política para o enfrentamento da pandemia — criticou a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), seguida também pelos senadores Styvenson Valentim (Podemos-RN) e Zenaide Maia (Pros-RN).

Em resposta, o secretário informou que as campanhas em elaboração estão sendo orientadas por Bolsonaro e que serão voltadas para o momento atual, inclusive com foco na adoção do distanciamento social.

— Vamos implementar a estratégia que é adequada para o momento atual, gravíssimo, em que a população precisa, cada vez mais, de orientação e de foco para cumprir procedimentos individuais e coletivos. Aí eu menciono que estão lá menções de todos os fatores necessários, inclusive o distanciamento social, que é necessário para diminuir o contágio. Não estou falando de lockdown, não estou falando de abertura geral; estou falando de distanciamento social, com que, como nós bem sabemos, cada ente da Federação tem a sua autonomia — explicou ao exibir alguns banners com imagens de pessoas fazendo uso de máscara de proteção.

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