Brasília, Distrito Federal, Brasil • 20 de maio de 2009
Ao assumir ontem (19) a liderança do governo no Congresso Nacional, a senadora Ideli Salvatti (PT-SC) afirmou que uma de suas tarefas será estabilizar as tensões entre PT e PMDB no Senado. Segundo ela, esse foi o pedido feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva quando a convidou para ocupar o cargo.
“O presidente me fez o convite de forma muito honrosa na quinta-feira e pediu que eu desse atenção especial para estabilizar as relações entre o PT e o PMDB no Senado”, disse a senadora, empossada no cargo nesta manhã, durante audiência com o presidente em exercício, José Alencar, e parlamentares.
Ideli assume a liderança em um momento em que o governo vai enfrentar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras no Senado. A senadora manteve o discurso do governo em relação à comissão, afirmado que ela tem caráter político e não real interesse em fiscalizar qualquer possível irregularidade na empresa. Disse ainda que se trata de uma antecipação do processo eleitoral de 2010.
“Para nós, a CPI não tem o caráter de fiscalização. Está claro que ela tem caráter político partidário de antecipação do processo eleitoral, inclusive ressuscitando velhas tentativas de enfraquecer e privatizar a Petrobras.”
A senadora descartou a possibilidade de que seja realizada uma comissão parlamentar mista de inquérito para investigar possíveis irregularidades na Petrobras. Afirmou também que não tem interesse específico em nenhuma cargo na CPI, mas não descartou a hipótese de integrar a comissão.
A petista ressaltou ainda que há tranqüilidade absoluta do governo em relação à condução da Petrobras.
Líderes da base governista do Senado se reuniram nesta manhã com o ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, para articular as indicações para a presidência e relatoria da CPI da Petrobras.
- Dilma Rousseff
A nova líder do governo do Congresso, disse também que a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, deverá adotar uma agenda mais leve após as sessões de tratamento quimioterápico. Na última quinta-feira (14) a ministra se submeteu a tratamento quimioterápico preventivo e, no entanto, manteve a agenda de trabalho.
“Nos momentos posteriores à quimioterapia ela deve ter uma agenda um pouco mais leve para que ela não tenha o problema que aconteceu”, disse Ideli, ao se encontrar com o vice-presidente José Alencar, no exercício da Presidência da República, que empossou hoje a senadora na liderança do governo no Congresso.
Na noite de anteontem, Dilma Rousseff foi internada após sentir fortes dores nas pernas. Na semana passada a ministra se submeteu a uma sessão de quimioterapia preventiva, já que retirou um tumor abaixo da axila. O diagnóstico foi de linfoma, um tipo de câncer no sistema linfático. Dilma agora faz um tratamento preventivo para evitar o aparecimento de novos focos da doença.
Ideli negou que o problema de saúde de Dilma Rousseff possa comprometer uma possível candidatura da ministra à Presidência da República em 2010. “O presidente José Alencar disse que ele está preparado para disputar pelo menos mais umas três eleições, portanto, com a declaração Alencar, acho que não tem nenhum impedimento [para a ministra Dilma]”.
O ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, também disse que é importante que a ministra reduza o ritmo de trabalho, quando se submeter ao tratamento preventivo. “Ela não tem parado em hora nenhuma, o que também não é uma coisa que os médicos tenham recomendado. Acho que, nos próximos dias, ela tem que dar uma maneirada no trabalho”, disse Múcio.
Fonte
- Yara Aquino. Senadora Ideli Salvatti assume liderança do governo no Congresso — Agência Brasil, 19 de maio de 2009, 12h57; Última modificação, 13h07
- Yara Aquino. Ideli Salvatti diz que Dilma Rousseff deve adotar agenda mais leve após sessões de quimioterapia — Agência Brasil, 19 de maio de 2009, 16h19
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