1 de maio de 2021

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Mesmo sem direito a uma vaga entre os 11 membros titulares e os 7 suplentes da CPI da Pandemia, a bancada feminina do Senado tem participado das reuniões do colegiado criado para investigar as ações do governo federal na crise sanitária da covid-19 e o repasse de verbas a estados e municípios.

As senadoras organizaram uma escala para que ao menos uma mulher esteja presente durante as sessões. E foi o que ocorreu já nesta primeira semana dos trabalhos do colegiado.

Na terça-feira (27), na ocasião da eleição para presidente e vice e escolha do relator, estava presente a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA). Na reunião, ela rebateu um comentário do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) sobre a participação das mulheres na CPI.

— Acho que as mulheres já foram mais respeitadas e mais indignadas, não é? Estão fora da CPI, não fazem nem questão de estar nela e se conformam em acompanhar os trabalhos a distância — apontou o senador.

Em resposta, Eliziane disse que as senadoras não vão admitir "ironia machista":

— Eu não admito isto, senador Flávio: questionar a nossa indignação! Nós nos indignamos diante de todos os fatos que estão postos na sociedade brasileira — reforçou a parlamentar.

Na reunião de quinta-feira (29), foi a vez de Leila Barros (PSB-DF) participar do revezamento e acompanhar a reunião presencialmente. Já Zenaide Maia (Pros-RN) participou de forma remota.

Segundo a líder da bancada feminina, Simone Tebet (MDB-MS), as senadoras vão buscar as respostas sobre as omissões que levaram o país a alcançar nesta semana a marca de 400 mil mortes pela covid-19.

— Vamos participar da CPI diuturnamente, pois nada é mais importante para a bancada feminina que entender os erros mortais que mataram centenas de milhares de brasileiros e continuam matando. Estaremos de plantão 24 horas. Em todas as sessões, estaremos com pelo menos uma parlamentar acompanhando os trabalhos, presencialmente. No módulo on-line, estaremos mais presentes, quantas vezes forem necessárias, para arguir e buscar esclarecimentos — disse Simone Tebet. 

Ainda na terça, durante sessão plenária, Leila Barros (PSB-DF) também apontou que a bancada feminina está engajada e vai acompanhar a CPI de forma permanente. 

— Diferentemente de alguns, a bancada feminina nesta Casa não é negacionista, acredita na ciência, no uso de máscaras, no isolamento social e apoia as medidas de combate à pandemia. Nós, as mulheres, e certamente a grande maioria aqui, defendemos a vida — afirmou Leila.

Embora nenhuma mulher faça parte da CPI, qualquer senador pode participar das reuniões. Porém, a apresentação de requerimentos e as votações são restritas aos titulares.

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