Brasil • 14 de abril de 2005

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Nesta quinta-feira, 14 de abril, um grupo de sem-terra invadiu o prédio do Ministério da Fazenda em Brasília para protestar contra o corte do orçamento do governo, destinado aos assentamentos.

Os sem-terra que ocuparam o ministério dizem pertencer ao Movimento de Libertação dos Sem-Terra (MLST).

Segundo o coordenador nacional do movimento, Antônio Arrute, havia 800 sem-terra espalhados pelos oito andares do prédio do ministério.

"Só vamos sair quando formos recebidos. Temos 20 ônibus chegando de todo o país", afirmou Arruti. O objetivo da manifestação é o imediato desbloqueio de aproximadamente R$ 2 bilhões destinados aos assentamentos de sem-terra.

Os sem-terra ainda pedem: anistia para assentados da reforma agrária e pequenos agricultores; tratamento igualitário para assentados em relação ao agronegócio; continuidade do processo de reestruturação do Incra; universalização das políticas públicas de reforma agrária; punição aos mandantes e assassinos dos trabalhadores rurais; fim da perseguição e tentativa de criminalização dos movimentos sociais do campo.

O Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST) surgiu em agosto de 1997 e é formado por militantes de esquerda e por ex-lideranças do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O movimento tem representantes em Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Maranhão. O movimento tem melhor organização no estado brasileiro de Pernambuco.

Em entrevista para a Agência Brasil o professor de geografia da Universidade Federal da Paraíba, Marco Antonio Mitidiero, disse que "o MLST se configura como um movimento muito radical, com um discurso em defesa da revolução socialista baseado nas teses do líder da revolução chinesa Mao Tse Tung. É até um movimento muito mais radical que o MST."

Desocupação do Ministério

Segundo as últimas notícias da Agência Brasil divulgadas às 19h26, os integrantes do Movimento de Libertação dos Sem-Terra (MLST) decidiram desocupar o prédio do Ministério da Fazenda pacificamente, após terem recebido a promessa de que serão recebidos pelo presidente da República do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva e pelo ministros da Fazenda Antônio Palocci e do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, dentro de algumas semanas.

Fontes