Agência Brasil

22 de junho de 2012

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Brasília – O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), criticou hoje (22) a forma como o processo de impeachment do presidente Fernando Lugo tem sido tocado no Paraguai. Sarney disse que ação está sendo muito rápida, o que pode acabar comprometendo o direito democrático da ampla defesa do presidente paraguaio.

"Pela celeridade com que esse processo está marchando, realmente não se assegura o amplo direito de defesa, como deve ter aqueles que passam por um processo dessa natureza. Nós tivemos [impeachment] no Brasil, mas seguimos todo o rito que a lei determinava, e demorou bastante tempo para que ele fosse concluído", disse Sarney na manhã de hoje (22).

O senador lembrou que o motivo de o Paraguai ter demorado a entrar no Mercosul foi justamente a falta de democracia, à época, naquele país. Por isso, Sarney destacou a necessidade de os princípios democráticos serem respeitados em todos os países que compõem o bloco. "Eu acho que são péssimas para a América do Sul certas práticas que não são muito democráticas ou não são comuns em uma democracia, e que [se] exacerbam a ponto de derrubar um presidente. Evidentemente, isso mostra que tem alguma coisa errada na democracia [paraguaia]."

"O Brasil deve defender os princípios que ele tem e que foram colocados quando, com a Argentina, estabelecemos o Mercosul. Depois, esses princípios foram repetidos na Unasul [União das Nações Sul-Americanas]. Tanto é verdade que, quando fundamos o Mercosul, não admitimos o Paraguai porque [lá] havia um regime não democrático, presidido pelo general Stroessner", ressaltou Sarney.

Parlamentares paraguaios acusam o presidente Fernando Lugo de estimular conflitos entre ricos e pobres e invasões de propriedades particulares no país. Eles alegam que, ao apoiar as causas dos camponeses, o governo Lugo traz instabilidade, caos social e ameaça à paz interna. O impeachment de Lugo deve ser votado ainda hoje pelo Senado paraguaio.

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