Brasil • 14 de junho de 2005

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O Deputado Roberto Jefferson do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) que acusou recentemente o Partido dos Trabalhadores (PT) de pagar mensalmente R$30 mil a deputados brasileiros (o "mensalão"), depôs nesta terça-feira perante o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados.

Numa reunião tensa que durou aproximadamente 7 horas, com o recinto lotado de parlamentares, Jefferson confirmou aquilo que disse anteriormente para o jornal brasileiro Folha de São Paulo, forneceu alguns detalhes e como novidades acusou a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), disse que recebeu dinheiro do PT e admitiu que não contara a verdade outrora para não prejudicar o PT.

Jefferson defendeu o seu partido, o PTB. Disse que a gravação das fitas dos Correios foi uma armação da Abin. Afirmou, como fizera da outra vez à Folha de São Paulo, de que avisou a vários ministros do governo sobre o mensalão. Novamente também falou que o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva aparentemente só passou a ter conhecimento do funcionamento do mensalão, depois que ele Jefferson, contou-lhe a respeito.

O deputado Roberto Jefferson aparentou demonstrar muita confiança durante todo o depoimento. Ele disse que não tinha provas para o que ia contar, a não ser o próprio mandato. Ele fez um depoimento rico em detalhes sobre as irregularidades que pode servir para guiar as investigações.

Em alguns momentos houve uma certa confusão durante a sessão porque vários deputados queriam fazer perguntas a Roberto Jefferson. Houve também protestos e discussões de deputados do recinto, que se sentiram atingidos pelas denúncias de Jefferson. Durante uma ocasião, Jefferson discutiu com o presidente do Partido Liberal (PL), o deputado Valdemar da Costa Neto, e a conversa baixou de nível, com insinuações sobre as preferências sexuais de cada um.

Por volta das 17:20 (hora local, 20:20 UTC) , a deputada Luciana Genro interrompeu o depoimento e anunciou que a a agência de notícias Reuters havia noticiado que o Ministro da Casa Civil José Dirceu havia renunciado. Ela solicitou a manifestação de representantes do governo para confirmar ou negar a informação. O presidente da sessão suspendeu o depoimento, que recomeçou alguns depois, aproximadamente às 17:24 (hora local, 20:24 UTC).

Alguns trechos do depoimento

O depoimento de Roberto Jefferson foi acompanhado com bastante interesse pelos políticos e pela população em geral. Wikinotícias acompanhou a transmissão ao vivo pela TV Câmara, da Câmara de Deputados do Brasil e descreve a seguir alguns momentos do depoimento de Jefferson para o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados.

Chantagem

Um deputado perguntou sobre uma suposta chantagem feita por um certo comandante Molina a Roberto Jefferson. Ele desejou saber porque ele não denunciou a chantagem. Roberto Jefferson respondeu que ele demonstrou ter "uma grande intimidade" e ter bastante conhecimento da vida pessoal de Jefferson quando encontrou-o pela primeira vez. Segundo Jefferson, após insistências, ele recebeu o comandante Molina. Jefferson negou-se a satisfazer os pedidos de Molina e em resposta Molina teria dito que "um grupo de empresários" tinha uma fita comprometedora (a fita do escândalo dos Correios). Jefferson disse que não negociava e disse para ele "fazer bom proveito da fita". Jefferson contou que não acreditou na hora nas ameaças feitas por Molina sobre a fita porque achou que ele estivesse fazendo "lobby", atividade comum no Congresso.

Abin e Correios

Jefferson disse que a Abin montou o flagrante com o ex-chefe do Departamento de Contratação e Administração de Material dos Correios, Maurício Marinho. "Não fui o responsável pela indicação de Marinho para o cargo", contou Jefferson.

Roberto Jefferson disse que o seu partido, o PTB, foi envolvido no escândalo dos Correios pela Abin, que seguiu orientação do ministro da Casa Civil José Dirceu. Ele disse que o PTB não é o verdadeiro culpado pela corrupção nos Correios. O deputado disse que nada se compara aos "arapongas", aos quais tem "ojeriza", em referência aos homens da Abin.

Roberto Jefferson disse:

O Ministério Público da União, a Polícia Federal e a Corregedoria da União estão nos Correios há 30 dias, lá na diretoria de administração que o meu companheiro honrado, o ex-Deputado Federal Antônio Osório ocupava em nome de meu partido, tentando encontrar um erro, um vício. E até agora não encontraram nada. (...)Não consegui compreender ainda por que o zeloso Ministério Público, a zelosa Polícia Federal, a zelosa Corregedoria da União não investigaram a diretoria de informática.

(...)Não entendi por que não pesquisaram a Novada ainda. Não sei por que correm atrás de um óbolo de R$3 mil quando os contratos que defraudam os Correios são de bilhões. Não entendi ainda como é que o cioso Ministério Público,a ciosa Polícia Federal e a ciosa Corregedoria da República ainda não investigaram o Correio Aéreo Noturno, do seu Silvinho Pereira, onde as contas de superfaturamento nos primeiros anos da atual gestão chegam a superfaturamento de 300%.

Imprensa

Jefferson acusou vários órgãos da imprensa de trabalharem a favor do governo federal, entre eles o jornal "O Globo", a quem chamou de "Diário Oficial do Governo". "A Veja não, a Veja é dos tucanos", disse Jefferson, em referência à revista Veja, contando que em sua opinião a revista é politicamente favorável ao PSDB. Ele criticou também a TV Globo e a revista Época, insinuando que favoreciam o governo em suas reportagens.

Irregularidades em estatais

Roberto Jefferson denunciou irregularidades na Diretoria de Informática dos Correios e na Valec Engenharia, Construções e Ferrovias S.A., Ferrovia Norte-Sul (FNS) e no Departamento Nacional de Infra-estrutura e Transportes (Dnit).

IRB

Roberto Jefferson disse que pediu ao então presidente do Instituto Brasil de Resseguros (IRB), Lídio Duarte, para que ele intercedesse junto a empresários, para que eles contribuíssem para o PTB, de forma legal. Todavia, segundo Jefferson, Lídio disse que os empresários só contribuiriam se fosse "por fora", isto é, sem registrar a doação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os empresários dizem que eles temem que a imprensa faça alguma espécie de sensacionalismo, se ela souber das doações a algum partido político junto ao TSE.

Roberto Jefferson disse que não recebeu nenhum dinheiro do IRB. Em seu depoimento, o único dinheiro não declarado na Justiça que Jefferson admitiu ter recebido para o PTB foi o do PT.

O Mensalão

Roberto Jefferson disse que o Presidente do PT, José Genoíno, sabia que o tesoureiro do partido, Delúbio Soares, distribuía o dinheiro do mensalão, e que o publicitário Marcos Valério participava:

Desde agosto de 2003, é voz corrente em cada canto dessa casa, que o seu Delúbio, com o conhecimento do seu Zé Genoíno... SIM... tendo como pombo-correio o seu Marcos Valério, que é um carequinha que é publicitário lá de Minas Gerais, repassa dinheiro a partidos que compõem a base de sustentação do governo no negócio chamado mensalão.

Roberto Jefferson conta que o mensalão era do conhecimento do presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) e do ministro José Dirceu:

Com o Zé Dirceu, eu falei sobre esse assunto uma meia dúzia de vezes, não é?! Ao Genoíno, o presidente do partido [PT], falei uma meia dúzia de vezes.

O Presidente Lula

Na opinião de Roberto Jefferson o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva não sabia do mensalão:

O Presidente Lula bateu na minha perna e disse:"Roberto, e o PTB, como vai?" Eu disse:"Não tá bem não, presidente. Infelizmente, tudo que é tratado aqui não é cumprido. O Zé Dirceu não tem palavra, o que ele diz não cumpre, e eu tenho contra mim essa tentação do mensalão, que é um negócio que está enfraquecendo o senhor na casa". Ele falou:"Mas o que é o mensalão, Roberto?" Quando eu contei... Eu sou um homem vivido, tenho mais de 200 júris vividos na minha vida, tenho uma trajetória, tenho 23 anos de mandato. A reação do presidente foi a de uma facada nas costas. "O que é isso?" Eu contei, as lágrimas desceram dos olhos, ele levantou, me deu um abraço, me mandou embora. E eu sei que de lá para cá secou porque os passarinhos estão todos de biquinho aberto, e as coisas pararam nesta casa.

Responsabilidade do Presidente Lula

O deputado Raul Jungmann (PPS-PE) perguntou a Roberto Jefferson se, mesmo não sendo culpado, ao Presidente Luiz Inácio Lula da Silva não poderia ser atribuída culpa, por negligência pela corrupção. Roberto Jefferson defendeu o Presidente e disse que as irregularidades relacionadas ao mensalão envolviam o Partido dos Trabalhadores e não o governo. Roberto Jefferson disse que o Presidente agiu com energia para resolver, de forma discreta, o problema, que era oriundo do partido.

Raul Jungmann disse que é possível que o Presidente talvez tenha falhado e prevaricado.

Sobre a denúncia do mensalão

Foi peguntado a Roberto Jefferson por quê ele não denunciou o esquema do mensalão antes. Roberto Jefferson explicou que procurou evitar o desgaste político para o governo e o PT, que poderia vir com a divulgação do escândalo do mensalão, comunicando a representantes do governo para que eles tomassem providências para acabar com o esquema do mensalão. Jefferson disse que avisou sobre o mensalão aos ministros: José Dirceu, da Casa Civil; Antônio Palocci, da Fazenda; Walfrido Mares Guia, do Turismo; Aldo Rebelo, da Coordenação Política; Miro Teixeira, ex-ministro das Comunicações; e Ciro Gomes, ministro da Integração Nacional.

Jefferson contou que resolveu tornar público o mensalão agora porque viu-se acuado:

Porque me senti acuado. Porque vi a Casa Civil e a Agência Brasileira de Inteligência empenhados em jogar no colo do PTB a corrupção nos Correios. Saí em defesa do meu partido e da minha honra.

Roberto Jefferson também admitiu que já chegou a negar a existência do mensalão antes, mesmo sabendo da sua existência, para não prejudicar a campanha da prefeita de São Paulo, Marta Suplicy.

José Dirceu

O deputado acusou o ministro da Casa Civil José Dirceu de ter articulado a espionagem dos Correios feita pela Abin para atingi-lo. Em seguida pediu para ele sair do governo para não comprometer o Presidente Lula, a quem chamou de homem inocente:

Eu percebi que o governo quiz colocar um cadáver podre que atinge o senhor Delúbio Soares, que atinge ao senhor Sílvio Pereira, que atinge ao senhor Zé Dirceu...que eu estou dizendo porque sou réu. Zé Dirceu, se você não sair daí rápido, você vai fazer réu um homem inocente, que é o presidente Lula. Sai daí rápido Zé!

Roberto Jefferson também disse: "Silvinho, José Dirceu, o PTB não é responsável pela corrupção nos Correios. Vocês sabem disso."

Quem recebeu o mensalão

O deputado Roberto Jefferson disse que a bancada do PT na Câmara dos Deputados não participou do mensalão. Ele também disse que os deputados do PCdoB, PSB, PMDB e PPS também não participaram do mensalão.

Jefferson disse que os seguintes deputados recebiam o mensalão: o bispo Carlos Rodrigues (PL), Sandro Mabel (PL) e Pedro Correa (PP). Jefferson contou que eles conheciam o mensalão, que recebiam-no e distribuíam-no aos outros deputados. Jefferson também evitou generalizar e afirmou que nem todos os deputados do PL ou PP receberam o mensalão:

Não são todos os deputados que recebem o mensalão. Tem muita gente do PP que está acima disso. Tem muita gente do PL que está acima disso. Mas, deputado Valdemar Costa Neto, deputado Janene, deputado Pedro Corrêa, deputado Sandro Mabel, Bispo Rodrigues, Pedro Henry... Me perdoem de coração! Mas eu não gosto de ser cúmplice de vocês nessa história que envergonha a grande parte da Câmara dos Deputados.

O deputado Roberto Jefferson disse desconhecer o nome dos parlamentares que receberam mensalão, ainda que tenha afirmado durante o depoimento que tem sua opinião pessoal sobre quem pode ter recebido ou não. Contudo, Roberto Jefferson confirmou que sabe os nomes de dirigentes de partidos que receberam o mensalão. Segundo Jefferson:

Nomes dos parlamentares que receberam, eu não sei. Sei dos presidentes e dirigentes do partido que recebiam para distribuir, já disse aqui.

Roberto Jefferson insinuou que o mensalão é do conhecimento da maioria dos deputados da Câmara e ironizou, quando alguns deputados que lhe faziam perguntas disseram que só ouviram falar do mensalão, depois da notícia publicada no jornal Folha de São Paulo.

Corrupção praticada por ministro

Roberto Jefferson negou que contou ao ex-Ministro das Comunicações, Miro Teixeira, que presenciou uma cena de corrupção entre um ministro e outras pessoas numa sala do palácio do governo. Roberto Jefferson disse que não falou isso para Miro Teixeira e que talvez ele tenha ouvido isso de alguma outra pessoa.

Discussão com o deputado Valdemar Costa Neto

Em determinado momento do depoimento, houve um princípio de discussão entre o deputado Roberto Jefferson e o deputado Valdemar Costa Neto (PL). O deputado Valdemar Costa Neto fazia perguntas a Jefferson e perguntou pelos nomes dos deputados que receberam supostamente o mensalão. Jefferson negou-se a citar os nomes dos deputados do PTB que teriam recebido a propina. Devido a uma insistência de Costa Neto, Jefferson falou para que Costa Neto falasse primeiro os nomes dos deputados do PL que receberam o dinheiro. Costa Neto protestou contra Jefferson e Roberto Jefferson respondeu: "Você recebeu o mensalão!", afirmando que o próprio deputado Valdemar Costa Neto foi beneficiário do mensalão.

Valdemar da Costa Neto negou que recebeu alguma vez o mensalão. A discussão esquentou, Roberto Jefferson chamou o deputado Valdemar da Costa Neto de mulherengo e este retrucou insinuando que Roberto Jefferson tem um amante (homem) em Cabo Frio.

Revolta do deputado

O deputado Sandro Mabel negou que recebeu o mensalão e mostrou-se bastante indignado, a protestar bastante contra o deputado Roberto Jefferson. Ele disse que "Roberto Jefferson deveria ganhar o óscar da mentira". Em determinado momento o deputado, gritou: "Eu largo esse mandato! Eu não preciso disso aqui!" Em seguida acrescentou: "Eu não votei no Lula, eu votei no Serra" e afirmou que votou a favor do partido do governo em algumas ocasiões porque queria ajudar o Brasil. Ele ainda disse: "Eu não vou aceitar o senhor falar assim de mim!".

Em seu longo protesto, o deputado disse que havia "carregado muito saco" nas costas e trabalhou muito, antes de formar-se advogado. "Ele [Roberto Jefferson] quer transmitir para nós aquilo que ele fez", afirmou o deputado. "Este lugar aqui é lugar de homem, homem como eu aqui" finalizou o deputado.

O deputado Roberto Jefferson disse que também começou a trabalhar cedo. Ele disse que as denúncias machucam e que elas serão esclarecidas pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Ele afirmou que não é ele Roberto Jefferson que acusa-o de receber mensalão, mas a deputada Raquel Teixeira (PSDB), que se encontra na Europa, que irá contar tudo mais tarde.

Mais tarde o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) informou que telefonou para a deputada licenciada Raquel Teixeira e disse que ela comprometeu-se em revelar ao Conselho de Ética da Câmara os nomes das pessoas que lhe ofereceram o mensalão.

De onde vinha o dinheiro

Jefferson disse que o dinheiro dado pelo PT para o PTB para as campanhas políticas vinha das empresas:

Todos aqui sabem de onde vem o dinheiro para as campanhas dos partidos. Vem das empresas. É assim e sempre foi. Todo mundo sabe aqui.

Quando perguntaram a Roberto Jefferson sobre a origem do dinheiro do mensalão, ele disse:

Tem de perguntar ao Genoíno e ao Delúbio, mas pelo que ouvi de Marcos Valério é via agências de publicidade que têm contratos com o governo.

José Genoíno é o Presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Delúbio Soares é o tesoureiro do PT e Marcos Valério é um publicitário envolvido na distribuição de R$ 4 milhões ao PTB.

Os pagamentos do PT ao PTB

Roberto Jefferson disse que no mês de maio de 2004 participou de uma reunião com o tesoureiro do seu partido, Émerson Palmieri; o tesoureiro do PT, Delúbio Soares; o Presidente do PT, José Genoíno; e com Marcelo Sereno, num edifício da Varig. Durante a reunião, Jefferson teria pedido uma ajuda financeira para a campanha política de seu partido, o PTB. Segundo Jefferson, José Genoíno disse: Sem problema, você me dá um planejamento de custo das campanhas do PTB.

Roberto Jefferson contou que numa nova reunião, com essas mesmas pessoas, ficou acertado de que o PTB receberia no total R$ 20 milhões do PT para a campanha eleitoral. Jefferson disse que parte do acordo que previa a doação de R$ 20 milhões foi cumprida: Eles cumpriram a primeira parte do acordo, em princípios de julho, com R$ 4 milhões.

Segundo Jefferson, o dinheiro foi levado ao PTB pelo publicitário Marcos Valério. Ele relata como foi o encontro:

Foi quando estive com ele [Marcos Valério] pela primeira vez. É carequinha, falante e fala em dinheiro como se fosse assim uma coisa que caísse do céu. Primeiro foram R$ 2,2 milhões, duas malas enormes, notas de 50 e 100, etiquetadas por Banco Rural e Banco do Brasil.

Jefferson disse que recebeu o restante do dinheiro que completaria os R$ 4 milhões, três dias depois.

Roberto Jefferson relatou que perguntou a José Genoíno: "Como é que a gente vai fazer para justificar esse dinheiro?"

Segundo o deputado, o Presidente do PT respondeu: "No final a gente faz a entrada, via partido e a saída, conta-contribuição."

Roberto Jefferson contou que reclamou mais tarde para o ministro José Dirceu, sobre o não recebimento do resto do dinheiro prometido de forma a completar os R$ 20 milhões. De acordo com Roberto Jefferson, José Dirceu respondeu:

Roberto, a Polícia Federal é meio tucana [do PSDB]. Meteu em cana 62 doleiros, agora na véspera da eleição. A turma que ajuda não está podendo internar dinheiro no Brasil.

Fim da sessão

Após cerca de sete horas, a reunião chegou ao fim. Ao fim da sessão, o deputado Roberto Jefferson autorizou a quebra de sigilo telefônico, fiscal e bancário, a pedido do relator do processo, o deputado Jairo Carneiro.

Um deputado também pediu proteção policial para Fernanda Karina Somaggio. Ela é secretária do publicitário Marcos Valério de Souza, citado por Jefferson durante seu depoimento. Ela disse em entrevista para a revista "IstoÉ Dinheiro" que Marcos Valério se encontrou com o tesoureiro do PT, Delúbio Soares, e com o ministro José Dirceu, e que tem tudo anotado numa agenda. Seu depoimento para a revista corrobora declarações feitas pelo deputado Roberto Jefferson. O presidente da sessão disse que iria providenciar a proteção para a secretária e a apreensão da sua agenda.

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Fontes