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Roberto Aguiar, novo reitor da UnB. Foto: Agência Brasil

16 de abril de 2008

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O jurista e filósofo Roberto Aguiar é o novo reitor da Universidade de Brasília (UnB). O anúncio foi feito ontem (15) pelo ministro da Educação, Fernando Haddad. A nomeação deverá ser publicada hoje (16) no Diário Oficial da União.

Aguiar foi indicado pelo Conselho Superior da Universidade (Consuni) com 40 votos. Os outros dois nomes da lista eram a doutora em sociologia Lurdes Bandeira, diretora do Instituto de Ciências Sociais, e o professor Gileno Marcelino, ex-diretor da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade, Ciência da Informação e Documentação (Face). Cada um obteve, respectivamente, 31 e 24 votos.

O reitor pro tempore (temporário) é professor aposentado de Direito e já foi secretário de Segurança Pública do Distrito Federal no governo Cristovam Buarque, de 1996 a 1999. Aguiar também ocupou o posto de secretário de Segurança Pública do estado do Rio de janeiro, no governo Benedita da Silva, em 2002. Até o mês passado, ele era conselheiro da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça.

Aguiar se disse honrado em poder contribuir para a universidade "em um momento tão tenso". "A UnB foi feita para ser experimental e nova. O projeto Darcy Ribeiro deixava a universidade sem teias para poder experimentar. Esse momento é muito rico para a gente poder ultrapassar e construir alguns nortes, algumas direções para a universidade", disse.

O novo reitor reconheceu que enfrentará problemas de ordem administrativa, judicial, acadêmica e política. “A universidade está fragmentada e eu vim para unir, dentro das diferenças. A universidade só tem sentido se houver divergência”, pontuou.

Sobre as próximas eleições para reitor, Aguiar não confirmou se serão paritárias, principal revindicação exigida pelos alunos para deixar a reitoria. Mas sinalizou com a possibilidade da escolha do sistema que, segundo ele, deve ser discutido com toda a comunidade acadêmica.

“Eu não quero que seja um cabo-de-guerra em que estudante puxa de um lado, professores para o outro e funcionários para o outro. É preciso que haja um consenso para uma solução viável”, indicou. Ele garantiu que, antes de deixar o cargo, vai promover “uma eleição limpa, democrática, onde todas as correntes de pensamento sejam contempladas”.

Uma das primeiras providências de Aguiar ao ser indicado pelo Consuni, foi negociar com os estudantes a liberação do prédio da reitoria. “Eles são pessoas racionais e sabem que o reitor não funciona sem lugar para trabalhar”, observou. Aguiar disse o que pensa sobre o gerenciamento dos recursos da universidade. "É preciso erradicar formas estranhas de tratar o patrimônio da universidade e de excluir segmentos da comunidade", disse.

O ministro Fernando Haddad tem a esperança de que, com a indicação do novo reitor, a crise possa ser superada em um curto espaço de tempo. “O compromisso dos estudantes, firmados no domingo, é de que o reitor nomeado tivesse condições operacionais de dirigir a instituição. Há vários procedimentos urgentes que precisam ser observados para que a instituição mantenha seu funcionamento normal”, disse.

O mandato do reitor pro tempore é de 90 dias, prorrogáveis por mais 90 dias.

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