4 de maio de 2022

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“Não tem que ter raiva, não tem que falar mal dos adversários. Deixa os adversários fazerem o que eles quiserem. Brigar, xingar. Eu, sinceramente, se puder faço uma campanha falando de amor. Eu não acho que seja possível você ser um bom presidente se você só tem ódio dentro de você, se você só tem vingança dentro de você. Não. Você tem que ter paz e pensar no futuro. O que passou, passou. Eu vou construir um novo Brasil": é com esta fala que Luiz Inácio Lula da Silva termina uma entrevista, concedida no final de março, com a revista Time, cuja capa ele estampa - pela segunda vez, já que em 2010 ele foi eleito como a "pessoa mais influente do mundo.”

A fala se refere a sua vida após a prisão, já que desde o início a revista enfatizou que o “Supremo Tribunal Federal anulou uma série de condenações por corrupção que excluíram o ex-presidente petista das eleições presidenciais de 2018.” Sua volta, segundo a Time, é uma "bomba" no cenário político brasileiro, uma vez que o petista tem 45% das intenções de voto, contra 31% de Bolsonaro.

A jornalista também perguntou sobre sua expectativa quanto ao futuro do país, enfatizando que atualmente é necessário “reavivar uma economia debilitada, salvar uma democracia ameaçada e recuperar uma nação marcada pela segunda maior taxa mundial de mortalidade ligada à Covid-19 e por dois anos de gestão caótica da pandemia.” “Só tem sentido eu estar candidato à Presidência da república porque eu acredito que eu sou capaz de fazer mais e fazer melhor do que eu já fiz”, disse Lula em dado momento, apontando que durante seu governo e o de Dilma Roussef houve esforços para melhorar a qualidade das universidades, das escolas técnicas, melhorar a qualidade do salário, melhorar a qualidade do emprego. “Porque as pessoas que começaram a ocupar o governo depois que deram o golpe na presidenta Dilma eram pessoas que tinham o objetivo de destruir todas as conquistas que o povo brasileiro tinha obtido desde 1943”, disse.

Guerra na Ucrânia

Ele também falou sobre a Guerra na Ucrânia, opinando que Volodymyr Zelensky e a OTAN são tão culpados quanto Vladimir Putin pelo confronto, porque deveriam ter dialogado e negociado mais. “Então Zelensky tinha que falar mais com Putin, mesmo com 100,000 soldados russos na sua fronteira?", perguntou a repórter, ao que Lula respondeu: “o comportamento dele é um comportamento um pouco esquisito, porque parece que ele faz parte de um espetáculo; ou seja, ele aparece na televisão de manhã, de tarde, de noite, aparece no parlamento inglês, no parlamento alemão, no parlamento francês como se estivesse fazendo uma campanha. Era preciso que ele estivesse mais preocupado com a mesa de negociação.”

A fala de Lula sobre o papel de Zelensky foi criticada. “Para aliados de Lula, nivelar Putin e Zelensky é um erro do ex-presidente, no momento em que cenas da guerra mostram ucranianos mortos violentamente por tropas russas, crianças e mulheres vítimas da invasão da Rússia e sendo obrigadas a deixar o seu país”, escreveu o jornalista e analista político Valdo Cruz no portal G1.

Lula também foi criticado pela Embaixada da Ucrânia no Brasil. O ex-presidente está "mal informado", declara o responsável numa nota, ainda dizendo que um representante se reunirá com o presidenciável para explicar a situação.

Matéria mais lida

A revista publicou a entrevista em português e inglês sem seu portal e a versão em português era o assunto mais lido durante o dia no portal da Time. Pela manhã, a versão em inglês estava em 2º lugar, mas à tarde pulou para a 3ª colocação.

Fontes