Daca, Bangladesh • 3 de março de 2009

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Terminou na última quinta-feira, dia 27, a rebelião militar no quartel dos Bangladesh Rifles (BDR), uma força encarregada da segurança da fronteira, onde os amotinados fizeram cerca de 100 reféns, incluindo o general Shakil Ahmed, comandante da unidade.

Os soldados da unidade paramilitar BDR, em Daca, capital do país, amotinados desde quarta-feira, aceitaram entregar as armas e voltar para os quartéis. A decisão ocorre logo horas depois da ameaça da primeira-ministra, Sheikh Hasina, de "usar a força" contra os rebeldes.

"Todos os rebeldes se renderam e entregaram as armas e o processo foi concluído", disse o porta-voz da primeira-ministra, Abul Kalam Azad.

Durante os confrontos da quarta-feira, dia 26, cerca de 50 oficiais podem ter morrido, de acordo com declarações do vice-ministro da Justiça, Kamrul Islam. Autoridades dos hospitais locais confirmaram que dez pessoas morreram e 20 estão feridas.

Na quinta-feira, Hasina pediu para os rebeldes deixarem as armas e voltarem aos quartéis imediatamente. "Não tomem este caminho suicida. Não me obriguem a adotar medidas duras. Somos conscientes de seus problemas", disse a primeira-ministra na ocasião. Horas depois da declaração de Hasina, os guardas acenaram com bandeiras brancas a rendição.

Na sexta-feira, dia 27, as forças de segurança acharam 44 corpos em outra área do quartel, entre eles o cadáver de Shakil Ahmed.

Também na sexta-feira, um alto membro das Forças Armadas, o general Mohammed Abdul Mobin, disse que o Governo de Bangladesh designará um tribunal especial para que os responsáveis pelo motim enfrentem um julgamento rápido.

"A anistia geral anunciada pela primeira-ministra, Sheikh Hasina, não significa que os que participaram do assassinato, motim e outras atividades atrozes vão ser perdoados", disse o general, citado pela "UNB".

Mobin afirmou que o país não esquecerá "esses atos bárbaros" e explicou que a cúpula do Bangladesh Rifles (BDR), grupo que se amotinou, será totalmente reestruturada.

No sábado, dia 28, as forças de segurança do país encontraram corpos de dez vítimas do motim da guarda especial de fronteiras no quartel-general de Daca, enquanto o Exército anunciou que os responsáveis pela revolta enfrentarão um tribunal especial.

Segundo a agência de notícias bengalesa "UNB", um dos corpos é de Nazneen Shakil Shipu, mulher do diretor da unidade amotinada, o general Shakil Ahmed, também morto nos distúrbios.

Outros três corpos também já foram identificados e pertencem a destacados oficiais do Exército.

Com as tarefas, o número total de vítimas está em 77, segundo o site "Bdnews", embora por enquanto não haja uma estimativa oficial.

O periódico "Daily News", em sua edição digital, coloca em 74 o número de mortos e diz ainda que dezenas de oficiais seguem desaparecidos.

O governo de Daca negou na quinta-feira qualquer relação do movimento com uma tentativa de golpe de Estado, em um país que passou por vários golpes desde sua independência do Paquistão, em 1971.

Fontes