Rússia • 15 de novembro de 2014

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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse hoje (14) que as sanções econômicas impostas ao seu país como represália por seu posicionamento em relação ao conflito na Ucrânia são contrárias aos princípios do G20, fórum que reúne as 20 maiores economias do mundo e que se reúne neste sábado em Brisbane, na Austrália.

Em entrevista à agência estatal de notícias russa Itar-Tass, Putin ressaltou que as sanções também desrespeitam o direito internacional, os princípios da Organização Mundial do Comércio (OMC) e do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio. “Vão contra o próprio princípio das atividades do G20, são contrários ao direito internacional, porque as sanções podem ser introduzidas apenas pelas Nações Unidas e seu Conselho de Segurança. Além disso, eles são contra os princípios da OMC e do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio, o Gatt”.

O presidente russo acusou os Estados Unidos de violar os princípios das organizações que eles mesmos ajudaram a criar. “Isto é prejudicial e, é claro, traz certo prejuízo para nós, mas também é prejudicial para os Estados Unidos, porque, como uma questão de fato, todo o sistema de relações econômicas internacionais está sendo minado”, disse Putin, acrescentando que espera que a “consciência” prevaleça e que o problema se torne coisa do passado.

Perguntado se o G20 ainda é um foro importante em seu formato, mesmo com alguns membros aplicando sanções a outros, Putin disse que é um bom lugar para encontrar outros líderes, para discutir tanto relações bilaterais quanto problemas globais e para o desenvolvimento de pelo menos alguns tipos de consenso sobre problemas de todos e como resolvê-los. Como exemplo, citou uma questão muito importante ao Brasil, que é a reforma do Fundo Monetário Internacional (FMI). “Em uma das reuniões do G20 foi tomada a decisão de reforçar o papel das economias em desenvolvimento nas atividades do FMI e de redistribuir quotas. O Congresso dos EUA bloqueou a decisão”.

Por fim, o presidente russo disse que, em relação à economia e a possíveis crises vindouras, seu governo considera todos os cenários. “Nós estamos considerando todos os cenários, incluindo a chamada queda catastrófica dos preços dos recursos energéticos, o que é bem possível, e nós admitimos isso”, disse, ressaltando, no entanto, que a Rússia tem reservas para se sobressair. “Nossas reservas são grandes o suficiente e elas nos permitem sentir seguros sobre a nossa capacidade de permanecer comprometido com as obrigações sociais e para manter todos os processos orçamentais e toda a economia dentro de um determinado quadro”.

Fontes