20 de julho de 2020

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Quatro meses após fecharem as portas devido a pandemia de COVID-19, creches, jardins de infância e pré-escolares na província angolana de Huíla anunciaram falência.

Sem condições de pagar salários e com outras dívidas associadas, aqueles estabelecimentos viram-se forçados a suspender dezenas de contratos.

Oriana de Jesus, gestora da creche "Cresce e Aparece", diz que uma possível retoma é difícil. “Nós estamos com a corda no pescoço desde fevereiro e março, não temos fundos, não temos dinheiro em caixa, não temos reservas, se tivermos que retomar não sei como vai ser”, diz Oriana.

Em situação difícil estão contabilizadas 27 instituições só na cidade do Lubango.

Adélia Rodrigues, proprietária de outra creche na cidade, afirma que o momento levanta incógnitas difíceis de responder, mas sugere que as autoridades façam alguma coisa. “Só espero que alguém nos ouça e que alguém tome medidas para contrariar esta situação”, pede Rodrigues.

“Nós ensinamos, nós não nos limitamos a abrigar as crianças a alimentá-las, nós temos muito trabalho e neste momento esperamos que [ele] passe a ter relevância, uma visão diferente perante as entidades que tutelam a educação”, acrescenta Rodrigues.

O representante da classe empresarial da região, Paulo Gaspar, reitera que o setor considerado não essencial tem peso significativo na manutenção de empregos.

“Estes setores de fato estão, eu não diria, esquecidos, mas sem qualquer apoio porque não são considerados essenciais apesar de representarem, segundo a última estatística nacional, cerca de 45 por cento da força de trabalho”, lembra Gaspar.

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