Agência Brasil

2 de maio de 2008

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Os produtores rurais argentinos decidiram retomar as manifestações contra a política agrária do governo de Cristina Fernández de Kirchner. No entanto, os agropecuaristas garantem que não vão bloquear estradas e que não vai haver desabastecimento. É o que informa a agência de notícias Telam.

“Vamos ter presença nas estradas, nas cidades. Onde havia piquetes, vamos voltar com panfletos e gente esclarecendo quanto vale um litro de leite e quanto o consumidor paga”, afirmou o titular da Federação Agrária Argentina (FAA), Eduardo Buzzi, depois de uma reunião ontem (1º).

A direção das Confederações Rurais Argentina (CRA) deu por concluída a trégua ao governo ao convocar “uma nova etapa do plano de luta”, com mobilizações a partir de amanhã (3).

Ainda de acordo com a Telam, um porta-voz do governo argentino afirmou que se as manifestações resultarem em bloqueios de estradas ou desabastecimento, os acordos alcançados até agora entre produtores e governo poderiam perder sua validade.

O presidente da Confederação de Associações Rurais de Buenos Aires e dos Pampas (Carbap), Pedro Apaolaza, disse que a intenção não é prejudicar a comunidade argentina, mas “diminuir a atividade econômica do setor quase à subsistência”. Isso significa “comprar o indispensável e vender o menos possível, vender para pagar os gastos e subsistir”.

Já o titular da Sociedade Rural Argentina, Luciano Miguens, manifestou-se a favor do diálogo, apesar de não descartar a possibilidade de se somar às reivindicações. “A aceitação da opinião pública em relação ao que é o setor [agropecuário] e ao que significa o reconhecimento dele nos obriga de alguma maneira a provocar inconvenientes que nesse momento foram necessários”, disse.

Na próxima terça-feira (6), o chefe de gabinete da presidente Cristina Kirchner, Alberto Fernández, volta a se reunir com as quatro entidades rurais para dar continuidade às negociações.

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