Lisboa, Portugal • 11 de março de 2009

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O Presidente da Angola, José Eduardo dos Santos, terminou a visita oficial a Portugal levando na bagagem o compromisso português de expandir o investimento no país, comprometendo-se, em contrapartida, melhorar as relações bilaterais entre os dois Estados. Partiu às 11h30 do aeroporto militar de Figo Maduro.

José Eduardo dos Santos manteve encontros com o Presidente da República, Cavaco Silva, e com o primeiro-ministro, José Sócrates, na passagem por Portugal.

O Presidente angolano regressa com um acordo assinado entre a Caixa Geral de Depósitos (CGD) e a petrolífera angolana Sonangol para a criação de um novo banco de investimento.

Esta instituição deve arrancar na segunda metade do ano com um capital inicial de cerca de 800 milhões de euros. Trata-se de "um banco de fomento que vai apoiar o desenvolvimento de projectos de infra-estruturas, mas também industriais e agrícolas em Angola, assegurando a participação das empresas nesses projectos", disse o presidente da CGD.

"A decisão de criar um banco de investimento, que se destina a financiar a modernização infra-estrutural de Angola, é um passo da maior importância na relação económica entre os dois países", afirmou por sua vez o primeiro-ministro português, José Sócrates. "Trata-se de um passo que os dois Governos se empenharam fortemente e que sinaliza a excelência e a maturidade das relações económicas entre os dois países".

Sócrates acrescentou que o acordo é "um sinal que representa a confiança que hoje existe entre as duas economias, entre as instituições e entre as empresas portuguesa e angolana".

Esta nova instituição bancária é considerada fundamental para impulsionar o investimento português em Angola, país que é já o quarto maior parceiro comercial de Portugal.

Acordo na área das exportações

Também na área das exportações e do ensino foram assinados acordos entre os dois Estados ligados pela língua e pela história em comum.

Foi firmado um acordo de crédito às exportações portuguesas que duplica para mil milhões de euros a cobertura de riscos de crédito à exportação de Portugal para Angola enquanto um outro cria uma linha de crédito de 500 milhões de euros.

José Eduardo dos Santos comprometeu-se a tudo fazer para melhorar as "excelentes", mesmo "espectaculares", relações bilaterais entre os dois países.

"O êxito desta visita tem a ver com o relacionamento entre os nossos dois países - um relacionamento fundado numa amizade sólida e numa cooperação que cresce a cada dia que passa. Os acordos que acabámos de assinar aqui vão permitir ampliar a cooperação bilateral e são um sinal de confiança no Governo de Angola", disse o chefe de Estado angolano.

Portugal, através do Presidente da República e do primeiro-ministro, demonstrou a sua confiança nas instituições angolanas.

"Esta linha de crédito passou agora a ser de mil milhões de euros, quando há dois anos e meio ainda era apenas de 100 milhões de euros. É para mim uma honra presidir a um Governo que soube compreender o potencial de crescimento e de modernização da economia angolana e que nunca deixou de confiar nos benefícios mútuos que ambos os países teriam com o aprofundamento das relações económicas", advogou.

Já anteriormente, durante o encontro com o Presidente da República, José Eduardo dos Santos ouviu Cavaco Silva defender uma "verdadeira parceria estratégica" entre os dois países.

Vistos para Angola na agenda

A concessão de vistos para Angola foi um dos temas abordados na visita de José Eduardo dos Santos. São conhecidas as reclamações por parte de empresários portugueses que têm investimentos ou comércio em Angola e que se queixam da morosidade do processo.

José Eduardo dos Santos prometeu tudo fazer para que alterações sejam introduzidas na legislação angolana de forma a contemplar as expectativas portuguesas.

Da residência oficial directamente para o Aeroporto de Figo Maduro

O Presidente de Angola partiu conforme chegou. De avião e rodeado por fortes medidas de segurança. Na despedida, no aeroporto, estavam o ministro português dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, diplomatas portugueses e angolanos e elementos da embaixada e dos consulados angolanos em Portugal.

O Airbus 319 que transportou de regresso a Angola o Presidente Eduardo dos Santos foi escoltado por dois caças da Força Aérea Portuguesa até à fronteira.

Fontes