27 de julho de 2006
No último domingo (23) o Presidente da Venezuela Hugo Chávez chegou à Bielorrússia vindo da Argentina. A visita a este Estado faz parte de uma série de viagens internacionais do mandatário Venezuelano que inclui: Argentina, Bielorrússia, Catar, Rússia, Irã e Vietnã.
Esta é também a primeira vez que um presidente da Venezuela visita a Bielorrússia.
Um dos objetivos de Hugo Chávez é buscar apoio para que seu país conquiste uma vaga como membro não-permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas, que segundo ele "assinalará uma vitória numa batalha contra os EUA".
A imprensa oficial venezuelana disse que "a visita faz parte das diretrizes da política exterior venezuelana orientadas a favorecer a formação de um mundo multiplar e onde prevaleça o social, acima do capital" e que "A solidariedade, igualdade, e justiça são algumas das características desta proposta elaborada pelo Chefe de Estado venezuelano".
No domingo, depois de chegar ao Aeroporto de Minsk por volta do meio-dia, após um pequeno atraso, Chávez disse estar se sentindo "estar irmãos e amigos, que não pretendem colonizar, nem enganar, nem explorar". Ele foi recebido pelo Primeiro-Ministro de Bielorrússia Serguei Sergueievich Sidorski e disse que Bielorrússia é um "modelo de Estado social, igual ao que está em construção na Venezuela" e que "coloca na frente os reais interesses dos povos e não os interesses capitalistas hegemônicos nem da Europa nem dos EUA".
Na segunda-feira (24) Chávez encontrou-se com o Presidente de Bielorrússia, Aleksandr Lukashenko, conhecido na Europa como o "último ditador europeu".
Os dois presidentes acusam os EUA de tentar prejudicá-los. No Palácio da Administração Presidencial ambos trocaram elogios e assinaram um acordo no âmbito da ciência e tecnologia e outro em energia e petroquímica
"Nossas nações têm muito em comum, nós podemos formar uma aliança estratégica", disse o presidente de Bielorrússia. Ele criticou a imprensa e disse que ela passa uma imagem equivocada de alguns governantes e disse, numa alusão aos EUA: "Sabemos quem ordena essas coisas".
Chávez disse que é necessário lutar contra a "hegemonia do capitalismo" e citou o antigo líder soviético Vladmir Lenin: "Devemos tornar realidade o lema de Lenin sobre o caráter inaceitável da exploração do homem pelo homem".
Chavez, que defende a criação de uma força global contra a dominação dos EUA, convidou o presidente da Bielo-Rússia a criar um "time de combate". O presidente de Bielorrússia entendeu de outra forma e disse que "com a Venezuela criaria um time de futebol, vôlei, róquei ou basquete".
O venezuelano declarou que "É necessário chegar ao equilíbrio do universo mediante a consolidação de um mundo multipolar para salvar o planeta da loucura do imperialismo, do fascismo, das guerras e do intervencionismo".
Hugo Chávez e o presidente de Cuba, Fidel Castro, já procuram unir milhares de esquerdistas e culpam as políticas econômicas dos EUA pelos fracassos nos países da América Latina. Em sua estada em Bielorrússia o presidente da Venezuela disse que "Quando a América Latina conseguir se unir, ela se transformará na rainha de todos os povos".
No mês passado, Adan Chavez, embaixador da Venezuela em Cuba e irmão de Hugo Chávez, esteve em Bielorrússia onde sugeriu a criação de uma frente contra os EUA, país ao qual se referiu como "inimigo comum". Na ocasião sugeriu a realização de uma conferência internacional para criar um tribunal onde seria julgado o presidente dos EUA George W. Bush.
A repercussão entre a comunidade de bloggers de Belarius, segundo informou o Transitions Online (TOL), foi sobre qual seriam as razões para o Presidente da Venezuela Hugo Chávez visitar a Bielorússia e quais os verdadeiros interesses dos dois presidentes. Segundo eles, a Venezuela e Bielorrússia tradicionalmente não têm muitos acordos econômicos entre si.
Alguns blogueiros sugeriram que como a Venezuela é um opositor das políticas norte-americanas, o país é um potencial refúgio para o Presidente Lukashenko, depois que ele sair do comando da Bielorrússia.
Os blogueiros também criticaram as declarações do presidente de Bielorrússia que disse que a Venezuela e Bielorrússia compartilham um destino parecido e que a Venezuela lutou contra o fascismo durante a Segunda Guerra Mundial. Eles lembraram que a Venezuela declarou guerra à Alemanha menos de 3 meses antes de ela ser derrotada. Eles "agradeceram aos Venezuelanos pela irmã eslava Venezuela pela ajuda na luta contra os fascistas alemães" e disseram que então "é mentira que a guerra foi vencida pelos americanos com uma pequena ajuda dos russos".
Um blog disse que o evento mais importante do dia foi a morte de um escritor nacional, Yanka Bryl, e criticou a atenção dada pelos canais de televisão na cobertura da visita do Presidente Chávez.
Fontes
- Andrei Makhovsky. Venezuela e Belarus selam aliança antiimperialista — Reuters, 25 de julho de 2006
- Consolidación de un mundo multipolar para salvar el planeta — Imprensa Presidencial (Venezuela), 25 de julho de 2006
- Chávez anuncia una "alianza estratégica" militar entre Belarús y Venezuela — AFP, 25 de julho de 2006
- Hugo Chavez extravaganza in Minsk [inativa] — Blogs Bielorrússia, 24 de julho de 2006. Página visitada em 8 de agosto de 2006
. Arquivada em 11 de março de 2007
- Yuras Karmanau, Natalie Obiko Pearson. Venezuelan president meets Belarus leader — Associated Press, 24 de julho de 2006
- Andrei Makhovsky. Chávez elogia presidente da Bielorrússia e o chama de "amigo" — Reuters, 24 de julho de 2006
- Chávez e Lukashenko trocam elogios e prometem amizade entre si — EFE, 24 de julho de 2006
- Venezuela y Belarús avanzaran hacia la integración — Imprensa Presidencial (Venezuela), 23 de julho de 2006
- Presidente Chávez llegó a Belarús para sellar un pacto de unidad — Agência Bolivariana de Notícias (Venezuela), 23 de julho de 2006
- France Presse. Em Belarus, Hugo Chávez diz sentir-se "entre irmãos e amigos" — Folha de S. Paulo, 23 de julho de 2006
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