Agência Brasil

Espanha • 9 de novembro de 2014

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O presidente catalão, Artur Mas, considerou hoje a consulta popular sobre a separação da Espanha um “êxito total”, em que mais de 2 milhões de pessoas deram um “passo de gigante” para decidir o futuro. Mesmo sem que fossem conhecidos os resultados da votação, o dirigente disse que foi "uma data já inesquecível na história da Catalunha”.

Para Artur Mas, os votantes deram “um passo de gigante” no objetivo “amplamente partilhado” de “poder decidir em algum momento, em total liberdade e com plenas garantias” o futuro da região. “Mostraram que a Catalunha é muito grande. Ajudaram, primeiro, com o seu civismo exemplar, em uma jornada de grande civismo. Agradeço também pela lição de democracia, em letras maiúsculas, que deram”, disse.

Artur Mas falou no centro de imprensa criado pelo governo regional para os mais de 600 jornalistas de todo o mundo credenciados para acompanhar a jornada de hoje, quando ainda ocorria a contagem dos votos.

Em catalão, espanhol, inglês e francês, Mas agradeceu aos mais de 40 mil voluntários que permitiriam que a consulta se realizasse, considerando ter para com eles “uma dívida de gratidão pela sua generosidade e sentimento de país”. Depois de agradecer às autarquias e às entidades locais que apoiaram na realização do voto, Artur Mas deixou uma mensagem para as forças que, na Catalunha, apoiam o direito a decidir.

“Essa foi uma simbiose perfeita entre instituições públicas, entidades e tecido associativo e as pessoas. Quando andamos juntos, avançamos mais e melhor. Essa mensagem é importante para os próximos dias, semanas e meses”, disse.

Artur Mas deixou também mensagens para o Estado espanhol, a quem disse que pretendia falar “de forma cordial e amável”, ainda que considerando que a reação do Executivo em Madrid ao voto de hoje demonstre “miopia política, indiferença e até intolerância”. Para ele, “Madrid tinha uma oportunidade de ouro de, perante uma mensagem potente da sociedade catalã, dar também uma mensagem de que quer resolver a questão de comum acordo”.

Segundo Mas, o voto de hoje e a elevada participação deixaram “muito claro” que a Catalunha quer governar a si própria, “uma velha aspiração do país, feita há séculos”, e que “se mantém perfeitamente viva” e “compatível com a construção politica de uma Europa mais forte e mais unida”. Agora, afirmou, os catalães querem decidir o seu futuro político porque “todas as nações têm o direito a decidir o seu futuro”.

“Demos uma lição de democracia e de participação, reforçando o direito natural que têm todas as nações. Os Estados maduros respeitam e tornam possível que se exerça esse direito, como ocorreu na Escócia ou no Quebeque”, disse.

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