24 de outubro de 2020

Email Facebook Twitter WhatsApp Telegram

 

A presença de tropas estrangeiras em Moçambique, mais precisamente na província de Cabo Delgado, em apoio às Forças de Defesa e Segurança no combate aos chamados insurgentes, tem merecido muitas críticas de observadores e investigadores.

Alguns questionam o por quê da opção de militares russos em vez da ajuda de forças dos países da região.

O acadêmico Calton Cadeado diz que o governo errou ao ir buscar, na Rússia, soluções para o conflito armado em Cabo Delgado, preterindo os seus “irmãos” da região, sobretudo a Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC).

Cadeado entende que esta foi uma decisão soberana de Moçambique, “mas foi um erro ir buscar soluções lá longe, é verdade que Moçambique tem o direito soberano de ir buscar onde quiser, foi buscar aos russos, apesar de que as autoridades oficiais nunca confirmaram a presença russa”.

Ante o aspecto contextual histórico regional, "era de esperar que antes de ir lá longe, os irmãos da zona fossem os primeiros a serem consultados porque agora a interpretação política mais fácil de se fazer é dizer que Moçambique só se lembrou de nós agora que a coisa começou a arder", acrescenta Cadeado.

O diretor do Centro para a Democracia e Desenvolvimento (CDD), Adriano Nuvunga, diz que a utilização de militares privados estrangeiros em Cabo Delgado é uma opção inadequada para a situação, fundamentalmente porque eles são uma solução de curto prazo, mas a médio prazo, criam problemas.

“Os mercenários custam muito dinheiro ao Estado moçambicano, que numa situação de boa governação era suficiente para ser utilizado para recrutar jovens moçambicanos, motivados, com pagamentos transparentes, para que defendam a sua pátria", sustenta ele.

Fontes