Agência Brasil

1 de dezembro de 2009

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O novo presidente de Honduras, Porfírio (Pepe) Lobo, foi conhecido pouco antes da meia-noite de domingo (29), quando cerca de 50% dos votos estavam apurados. O candidato nacionalista esperou o segundo colocado na votação, o liberal Elvin Santos, dar uma entrevista reconhecendo a derrota para comemorar com correligionários e outros candidatos do partido em um hotel de luxo da capital Tegucigalpa.

Até o fim da noite de ontem (30), o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE), que enfrentou muitos problemas técnicos durante a apuração dos votos, não havia anunciado o resultado final.

Lobo passou a segunda-feira dando entrevistas e se reunindo com assessores para fechar os nomes que farão parte do seu governo. Em entrevista à imprensa estrangeira, adiantou algumas prioridades de sua administração, que começará em 27 de janeiro de 2010. Ele disse que entre os principais problemas do país estão a falta de segurança, o desemprego crescente, a dívida externa, a educação ineficiente e a saúde precária, quadro que se agravou, segundo ele, na administração de Manuel Zelaya.

Latifundiário como Zelaya, Pepe Lobo, que tem um estilo populista e desleixado, ironizou a declaração dos Estados Unidos de que reconhece o processo eleitoral, mas não sua eleição. Lobo, que foi presidente do Congresso, assume o poder depois de ter perdido a eleição para Zelaya em 2005.

Ele defendeu a reconciliação, a união de todos os hondurenhos, de todas as correntes políticas, elogiou o empresário Elvin Santos, do Partido Liberal, e confirmou que vai conversar com todos os governantes dos países amigos para recolocar Honduras no cenário internacional.

No início da noite, os manifestantes da Frente de Resistência ao Golpe de Estado, que passaram o dia da votação sem promover qualquer ação, saíram em caravana pela capital com centenas de carros. Em frente à Embaixada do Brasil, onde está abrigado desde 21 de setembro o presidente deposto Manuel Zelaya, eles pararam e fizeram um pequeno ato de protesto contra as eleições e o golpe de Estado de 28 de junho.

A segurança, que já é reforçada no local, ficou ainda mais ostensiva, com a presença até mesmo de um caminhão antimotim, que lança jatos de água e tinta nos manifestantes.

Depois de cerca de duas horas, os manifestantes voltaram para os carros e seguiram até uma rádio local que apoia o presidente deposto.

Apesar da tensão que tomou conta de todos por conta do forte aparato policial e da provocação de alguns manifestantes, não houve confrontos.

Fontes