1 de agosto de 2006

Fidel Castro. Foto (arquivo): Ricardo Stuckert/ABr.
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O Presidente de Cuba, Fidel Castro, anunciou durante a noite da segunda-feira (31) que por motivo de saúde transferiu temporiamente o comando das Forças Armadas, do Partido Comunista e do governo de Cuba para o seu irmão Raúl Castro, atual ministro da Defesa e primeiro-secretário do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba.

Uma carta assinada pelo Presidente foi lida às 21h15 (01:15 UTC) por Carlos Valenciaga da televisão estatal e diz:

Como nosso país se encontra ameaçado em circunstâncias como esta pelo Governo dos EUA, tomei as seguintes decisões:

1) Delego em caráter provisório minhas funções como primeiro secretário do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba ao segundo secretário, companheiro Raúl Castro Ruz.

2) Delego em caráter provisório minhas funções como comandante-em-chefe das heróicas Forças Armadas Revolucionárias para o supramencionado companheiro, general do Exército Raúl Castro Ruz.

3) Delego em caráter provisório minhas funções como presidente do Conselho de Estado e do governo da República de Cuba ao primeiro vice-presidente, companheiro Raúl Castro Ruz.

Na carta, cuja íntegra está disponível no website do jornal estatal Granma, Fidel Castro explica que devido ao “enorme esforço realizado para visitar a cidade argentina de Córdoba, participar da Reunião do Mercosul” ocorrida no mês de julho, ele foi acometido de “uma grave crise intestinal aguda com sangramento contínuo” e que ela obrigou-o a enfrentar uma complicada operação cirúrgica. Segundo o mandatário cubano: “A operação me obriga a permanecer várias semanas em repouso, afastado de minhas responsabilidades e cargos”. Castro nunca antes havia cedido o poder desde a Revolução Cubana de 1959.

Reações

A comunidade cubana exilada em Miami e do resto da Flórida comemorou o anúncio da retirada de Castro até altas horas da noite. O prefeito do condado de Miami Dade, Carlos Álvarez, disse que este “é o princípio do fim para o tirano. Todos estamos contentes”.

Juan Menéndez, outro cubano radicado nos EUA há 46 anos, disse: “Este é um momento histórico. O ditador que estava há mais anos poder está derrotado. Espero que seja uma troca tranqüila”.

Havana vive um pouco de incerteza. Segundo a universitária María Rita Lugo: “não estou certa do que está acontecendo, não sei se é verdade, nem sei o que pode acontecer nos próximos dias”.

Houve ainda alguns rumores, não confirmados, de que Fidel Castro estaria morto.

Fontes