Policiais sul-americanos buscam padronizar procedimentos contra o tráfico de armas
25 de agosto de 2009
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Trinta policiais de 14 estados brasileiros e 14 agentes de segurança de sete países sul-americanos concluem quinta-feira (27) o 6º Treinamento para o Controle e Fiscalização do Comércio Legal e Combate ao Tráfico de Armas de Fogo, Munições e Explosivos (6º Treinar).
Além da troca de experiências, o curso realizado pela Secretaria Nacional de Segurança Pública, do Ministério da Justiça, visa à integração entre os agentes de segurança, identificação de ações eficazes de combate ao tráfico e padronização dos procedimentos adotados pelos diversos países.
A iniciativa tem o apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e custou cerca de R$ 400 mil, segundo seu coordenador, capitão Cláudio César Felipe. “Na prática, significa verificar quais países têm a conduta mais aplicável de combate ao tráfico internacional de armas de fogo e tomar isso como base para os demais países da América do Sul”, disse o capitão. Para ele, a venda ilegal de armas é a "mola propulsora para qualquer outro crime".
O curso, com 130 horas de duração, inclui aulas de rastreamento de armas, munições e explosivos; identificação de explosivos; grupos criminosos armados transnacionais; armamento e tiro; sobrevivência policial em situações de alto risco e coleta de provas e preservação do local do crime. Segundo o ministério, algumas das técnicas poderão ser empregadas em eventos realizados em várias cidades simultaneamente, como a Copa do Mundo de 2014.
Participantes do treinamento ouvidos pela Agência Brasil destacaram a oportunidade de conhecer a realidade de outros países como algo que irá contribuir para o desempenho de suas tarefas. De acordo com o tenente do Batalhão de Operações Especiais (Bope) de Mato Grosso, Marcos Paccola, a troca de experiências evidenciou que somente a ação integrada – tanto no âmbito interno quanto com os países vizinhos – será capaz de deter o avanço das quadrilhas dedicadas ao tráfico de armas.
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—Tenente Paccola |
Segundo o capitão Cláudio Felipe, ao fim de cada edição do Treinar, é feito um relatório com as considerações dos participantes. Além das considerações sobre o próprio curso, os policiais indicam as dificuldades que encontram no dia a dia e opinam sobre como melhorar a estratégia de combate às atividades ilícitas em regiões fronteiriças. “Normalmente, são citadas as dificuldades para maior integração entre os órgãos [dos diversos países] e a facilidade que as pessoas que mexem com tráfico de armas têm em relação às legislações locais. Essas pessoas veem as falhas e as lacunas na legislação de que podem se valer”, ressaltou Felipe.
Diretora de Operações e Logística do Registro Nacional de Armas, órgão vinculado ao Ministério de Justiça da Argentina, Lucia Gomes Consolia concorda que a disparidade entre as diferentes legislações nacionais beneficia os traficantes. E cita a Tríplice Fronteira, formada pelo Brasil, a Argentina e o Paraguai.
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—Lucia Gomes Consolia |
Além dos convidados da Argentina, do Paraguai, Uruguai, da Bolívia, do Peru, da Venezuela e do Suriname, participam do treinamento policiais federais, rodoviários federais e civis do Distrito Federal, Acre, Amapá, Amazonas, de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, do Pará, Paraná, de Pernambuco, do Rio de janeiro, de Santa Catarina, Rondônia e Roraima.
Fontes
- Alex Rodrigues (Creatives commons Atribuição 2.5 Brasil). Policiais sul-americanos buscam padronizar procedimentos contra o tráfico de armas — Agência Brasil, 24 de agosto de 2009
A versão original, ou partes dela, foram extraídas da Agência Brasil, sob a licença CC BY 3.0 BR. |