Brasil • 12 de maio de 2006

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Políticos brasileiros, em especial da oposição, questionam o comportamento do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva na defesa dos interesses nacionais depois que Evo Morales ordenou que a estatal brasileira Petrobras encerrasse suas atividades na Bolívia.

O líder do PSDB no Senado Federal, Senador Arthur Virgílio criticou reunião entre autoridades brasileiras e bolivianas ocorrida quarta-feira (10) em La Paz. Do encontro participaram o ministro de Minas e Energia do Brasil, Silas Rondeau, o ministro de Hidrocarbonetos da Bolívia, André Soliz Rada, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli de Azevedo, e o presidente da YPFB (companhia petrolífera boliviana), Jorge Alvarado. Segundo um documento do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, os brasileiros reiteraram "seu absoluto respeito pelas decisões soberanas do governo e do povo bolivianos".

Em discurso no Plenário do Senado Federal na quinta-feira (11) Virgílio disse que o acordo firmado durante a reunião foi uma "prova da capitulação" do Brasil perante a Bolívia. E acrescentou: "O Brasil não está sabendo defender seus direitos, é lamentável". O parlamentar aproveitou para citar artigo do jornal inglês The Economist, segundo o qual Lula foi humilhado por Chávez.

O líder do PFL, Senador José Agripino Maia (RN), disse em seu discurso no Senado na quinta-feira (11), que o silêncio de Lula depois das declarações do Presidente da Bolívia, Evo Morales, contrárias aos interesses brasileiros, na IV Cimeira América Latina e Caribe - União Européia, em Viena, colocou o Brasil em situação de "vexame internacional".

A senadora Heloísa Helena (PSOL-AL) também cobrou explicações do governo Lula. Ela lembrou que a Petrobras fez investimentos milionários na construção do gasoduto Brasil-Bolívia durante o governo Fernando Henrique Cardoso e que é necessário saber sobre o futuro desses ativos. A senadora exigiu informações sobre os termos da repactuação contratual entre a Petrobras e o governo boliviano e a eventual concessão de subsídios à indústria nacional para resguardar o consumidor brasileiro de aumento de preços.

O Senador Cristovam Buarque (PDT) disse que o governo da Bolívia cometeu um equívoco e que poderá arcar com isso. Contudo pediu calma e disse que o problema é da Bolívia, não do Brasil. Buarque declarou que os problemas do Brasil são outros, entre eles manter o fornecimento de gás natural ao Brasil e não deixar que a relação com a Bolívia seja rompida.

O representante do Governo, Senador Sibá Machado (PT), defendeu o Governo Lula e disse que não há problemas caso seja necessário a Petrobras arcar com parte dos prejuízos na hipótese de haver aumento no preço do gás boliviano.

Fontes