Brasil • 18 de maio de 2006

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Segundo O Estado de S. Paulo, escutas telefônicas da Polícia Militar de Dracena, autorizadas pelo juiz Edmar de Oliveira Ciciliati, da Vara de Execuções Criminais da Comarca de Tupã, indicam ligações entre o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e a organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).

A transcrição das conversas telefônicas sugere que um protesto de parentes de presidiários ocorrido em 18 de abril em frente à Secretaria de Administração Penitenciária, em São Paulo, foi organizado em conluio com pelo menos um integrante do MST do Vale do Paraíba. O protesto em questão, muito bem organizado, reuniu cerca de 8 pessoas e foi a maior concentração de parentes de presos já ocorrida no Brasil.

Num dos diálogos revelados por O Estado, um preso de Iaras diz a outro de Araraquara que conhece um líder do MST do Vale do Paraíba e que ele pode dar uma "orientação pra o pessoal da facção de como proceder no campo da batalha".

Num outro trecho, o mesmo preso, agora numa conversa com um segundo detento de Araraquara diz: "Acabei de conversar com os líderes do MST e eles vão dar e vão passar umas instrução (sic) para a gente e foi marcada uma reunião e precisa passar um salve aí pra poder sintonizar umas pessoas aí da quebrada pra poder apresentar a nossa comitiva lá".

Nas conversas telefônicas os presos discutem como pagar o transporte dos ônibus contratados para levar os parentes dos presos até a manifestação, o carro de som, camisetas, faixas e frases a serem usadas durante o protesto.

O líder interino do MST do Vale do Paraíba, Francisco Bertolo, nega a existência de relações entre o movimento e o PCC.

Fontes