Agência VOA

16 de fevereiro de 2022

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A polícia hondurenha prendeu o ex-presidente Juan Orlando Hernandez na terça-feira a pedido dos Estados Unidos (EU), que pedem sua extradição para ser julgado por seu suposto envolvimento no tráfico ilícito de drogas. Hernandez, que deixou o cargo há três semanas, foi escoltado de sua casa em Tegucigalpa com algemas e uma jaqueta à prova de balas.

O Supremo Tribunal de Justiça escolheu um juiz para cuidar do caso e esse juiz assinou uma ordem de prisão do ex-presidente. A polícia, que cercava a casa de Hernandez desde segunda-feira, o prendeu. “Não é um momento fácil. Não desejo isso para ninguém”, disse Hernandez em uma mensagem de áudio postada em seu perfil no Twitter na manhã de terça-feira. Ele disse que estava pronto para ir com a polícia para “enfrentar essa situação e me defender”.

O pedido de extradição dizia que, desde 2004, Hernandez permitiu que toneladas de cocaína da Venezuela e da Colômbia viajassem por Honduras a caminho dos EU, e que ele tinha protegido os narcotraficantes contra investigações, em troca de milhões de dólares em propina. Hernandez foi repetidamente implicado como co-conspirador no julgamento de tráfico de drogas de seu irmão em 2019 pelos promotores de Nova York. O irmão, Juan Antonio “Tony” Hernández, foi considerado culpado de porte de drogas e armas e condenado à prisão perpétua.

Hernandez já foi um importante aliado regional do ex-presidente dos EU, Donald Trump.

O secretário de Estado dos EU, Antony Blinken, disse no início deste mês que havia relatos confiáveis ​​de que Hernandez “se envolveu em corrupção significativa ao cometer ou facilitar atos de corrupção e narcotráfico” e usar os recursos para financiar sua carreira política.

Após oito anos como presidente, Hernandez foi empossado como representante de Honduras no Parlamento Centro-Americano em 27 de janeiro, poucas horas depois de sua sucessora, Xiomara Castro, se tornar a primeira mulher presidente do país. Seu advogado diz que ele tem imunidade à extradição porque é membro do parlamento regional.

O processo de extradição deve durar várias semanas.

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