21 de março de 2008

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A notícia de que o uso de cocaína está espalhado pelas aldeias indígenas do Alto Solimões (AM) surpreendeu o delegado da Polícia Federal de Tabatinga (AM), Giovani Vicente Fontes Lopes.

Ao tomar conhecimento das informações divulgadas pelo cacique da aldeia Umairaçu 2, Manoel Nery Tikuna, e confirmada pelo representante da Fundação Nacional do Índio (Funai), Davi Cecílio, o delegado federal determinou hoje (20) uma investigação nas aldeias da região.

“Esse é um fato novo, que vai ser investigado a fundo, pois é uma informação gravíssima, de consumo e venda de substância entorpecente em comunidades indígenas.”

Ele adiantou que serão determinadas operações e diligências para confirmar as informações, investigar e prender quem estiver traficando para os indígenas nas aldeias.O delegado geral de Polícia Civil do Amazonas, Vinícius Diniz, apresentou o resultado de uma série de ações desencadeadas nos últimos dias para reprimir quadrilhas de traficantes que agem na região do Alto Solimões, principalmente em Tabatinga.

Segundo ele, a operação deflagrada nos municípios de Benjamin Constant e Tabatinga foi o desdobramento da ação que levou à descoberta de plantações de coca, na semana passada, junto ao rio Javari.

Na operação, foram apreendidas 10 armas, drogas, dinheiro, cinco computadores e livros-caixa com a movimentação do tráfico.

Para Diniz, o mais importante são as informações levantadas, como as vendas de grandes quantidades de cocaína, em lotes que chegavam a 250 quilogramas da droga.

“O nosso principal objetivo era o plantio e o laboratório onde era processada a droga. Mas mais importante foram os documentos apreendidos, pois consegue-se desenvolver um trabalho muito maior em cima dos narcotraficantes”.

Segundo o delegado, o tráfico na região da tríplice fronteira está passando por um processo de concentração e organização de forças com grupos maiores liquidando quadrilhas mais fracas.

Atualmente, a maior preocupação das forças de segurança, de acordo com o delegado da Polícia Civil, é a fronteira com o Peru, que é de acesso mais difícil e com menor efetivo de policiamento.

“Na fronteira com Letícia, na Colômbia, existe uma fiscalização muito grande. Hoje a calha do rio Javari [entre Brasil e Peru] é um dos grandes problemas”, disse Diniz.

Fontes