12 de setembro de 2024

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As anêmonas-do-mar são um grupo fascinante de animais marinhos invertebrados. Sua rica diversidade de cores é um elemento de beleza nos ambientes marinhos e o seu nome remete às anêmonas, um gênero de flores muito comum nas regiões temperadas e subtropicais do planeta. Agora, uma pesquisa de doutorado realizada no programa de Pós-Graduação Interunidades em Biociências da Unesp identificou, em uma baía de Ubatuba, no litoral norte paulista, uma nova espécie de anêmona-do-mar, a Antholoba fabiani. As análises mostraram que a espécie corresponde, na verdade, a toda uma nova família, denominada Antholobidae. A descoberta foi publicada em artigo na revista científica Marine Biodiversity.

O artigo foi assinado pelo doutorando Jeferson Alexis Durán Fuentes, por seu orientador de doutorado, o biólogo Sérgio Nascimento Stampar, do Departamento de Ciências Biológicas da Faculdade de Ciências da Unesp, campus de Bauru, e pelos pesquisadores Ricardo González Muñoz, da Universidade Nacional de Mar del Plata, da Argentina, e Marymegan Daly, da Ohio State University, dos Estados Unidos.

O nome da nova espécie, Antholoba fabiani, homenageia Fabián Acuña, docente da Universidade Nacional de Mar del Plata e um dos principais estudiosos de anêmonas-do-mar no Atlântico Sul. Essa foi a primeira espécie pertencente ao gênero Antholoba descrita na região desde o século 19, quando foram descritas as espécies Antholoba achates e a Antholoba perdix.

Stampar diz que a descoberta começou a tomar forma em idas a campo em Ubatuba que eram um dos requisitos de uma disciplina de graduação. De volta ao Laboratório de Evolução e Diversidade Aquática (LEDALab), da Faculdade de Ciências, o material coletado foi comparado a espécimes coletados anos atrás, no litoral de Santa Catarina. As diferenças morfológicas identificadas pelo exercício de comparação chamaram a atenção dos pesquisadores. “Quando fizemos a comparação com os espécimes colhidos anos atrás, em Santa Catarina, vimos a possibilidade de o material coletado em Ubatuba não pertencesse à mesma espécie. Formulamos então a hipótese de que poderia ser uma espécie nova mesmo, e que estaria relacionada a um gênero pequeno, que só possui duas espécies descritas”, diz o docente.

Para avaliar com mais critério essa hipótese, foram conduzidas análises moleculares do material, que envolveram os pesquisadores da Universidade Nacional de Mar del Plata e da Ohio State University. “Os dados moleculares demonstraram que se tratava não apenas de uma espécie nova, mas sim de uma família nova, nunca estudada previamente, e completamente separada das demais famílias”, diz Stampar. Os achados já foram incluídos na plataforma World Register of Marine Species, um catálogo de todos os animais e plantas marinhos do mundo.r

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