6 de agosto de 2022

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O presidente peruano Pedro Castillo não poderá comparecer à posse de Gustavo Petro neste domingo na Colômbia. O Congresso rejeitou ontem com 67 votos contra, 42 a favor e cinco abstenções um pedido de afastamento do país deste sábado até segunda-feira.

“Desde o Executivo sempre respeitamos a independência dos poderes do Estado. Lamento que, de forma inusitada e arrogante, o Congresso me impeça de participar de um evento cerimonial internacional. Este fato mina os laços democráticos com a irmã República da Colômbia”, escreveu Castillo em um tweet, após saber da decisão.

O chanceler César Landa também pediu ao Parlamento que reconsidere sua votação. “Nossa imagem internacional é mais uma vez questionada ao não autorizar a viagem do presidente para a transferência de comando na Colômbia. Apelo aos parlamentares, que em outras ocasiões reverteram decisões para honrar os compromissos internacionais do Peru”, disse em suas redes sociais.

De acordo com a Constituição, o Presidente da República deve solicitar ao Parlamento uma autorização para se ausentar do território peruano quando tiver compromissos internacionais ou eventos no exterior. Em sua substituição, assume as funções o vice-presidente.

Castillo é o primeiro chefe de Estado a ter uma viagem ao exterior negada na história do país.

A decisão dos parlamentares se baseou no fato de que Castillo está sendo investigado pelo Ministério Público Nacional pelos supostos crimes de tráfico de influência, encobrimento e obstrução da justiça. Por isso, argumentaram que o presidente poderia fugir ou pedir asilo em outro país estrangeiro para não voltar a prestar contas à justiça.

Na quarta-feira, o jurista Aníbal Torres renunciou ao cargo de primeiro-ministro após cinco meses no cargo. Na sexta-feira, nomearia seu sucessor, que seria o quinto chefe de gabinete ministerial em um ano. A substituição em outros cargos também não está descartada.

A recusa da viagem a Castillo repercutiu em nível internacional. A Comunidade de Estados da América Latina e do Caribe publicou uma mensagem no Twitter para lamentar a ausência do presidente peruano na Colômbia. “A posse de um novo presidente na região é um evento institucional de suma importância, que reflete a vontade de uma nação irmã e cria um ambiente propício para o trabalho conjunto entre as lideranças que compõem a CELAC”.

Os chanceleres do México e do Chile também lamentaram que o presidente Pedro Castillo não tenha sido autorizado a comparecer. "Reuniões de alto nível serão realizadas lá para lidar com a inflação-recessão, a crise alimentar e os novos riscos à saúde. Sentiremos falta do Peru", disse Marcelo Ebrad, secretário de Relações Exteriores do México.

“Lamento que o presidente Pedro Castillo esteja ausente da mudança de comando de Gustavo Petro na Colômbia. Há poucas oportunidades de nos reunirmos para discutir os desafios que enfrentamos como região", escreveu Antonia Urrejola, a mais alta representante da diplomacia chilena.

A vice-presidente Dina Boluarte, que também enfrenta um pedido de impeachment no Congresso, substituirá Castillo na posse de Gustavo Petro.

Fontes