Agência Brasil

15 de julho de 2015

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O Parlamento grego aprovou hoje (15) o acordo alcançado segunda-feira (13) com os líderes da zona do euro, de modo a permitir o terceiro resgate financeiro ao país, que poderá chegar a 86 bilhões de euros. O partido no poder, o Syriza, aprovou o acordo graças ao apoio das forças políticas de oposição pró-europeias. Entre as medidas incluídas no acordo estão aumentos de impostos e cortes nas pensões.

Segundo a televisão estatal da Grécia, 229 deputados votaram a favor do acordo, seis abstiveram-se e 64 manifestaram-se contra, principalmente o ex-ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, e o presidente do Parlamento grego, Speaker Zoe Konstantopoulou.

No princípio da semana, o próprio primeiro-ministro tinha previsto divisões dentro do seu próprio partido e chegou a dizer que iria confiar na oposição para aprovar o novo pacote de austeridade, em troca de apoio financeiro para fazer face a compromissos de curto prazo, entre os quais, o pagamento de 3,5 bilhões de euros ao Banco Central Europeu já na segunda-feira.

Reações

A vice-ministra grega das Finanças, Nadia Valavani, apresentou hoje de manhã carta de demissão enviada ao primeiro-ministro, na qual afirma que o acordo assinado na segunda-feira (13) de manhã com os credores "não é viável".

"Não vou votar a favor do projeto de lei [que adota o acordo com os credores] e penso que não posso ficar no governo votando contra", disse Valavani, deputada do partido Syriza, em declarações citadas por agências internacionais.

Na carta que enviou ao primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, a agora ex-governante explica que considera que o acordo foi, na verdade, "uma solução imposta à Grécia" e que o próprio desenho do pacote de reformas "não é viável".

A demissão surge na sequência do acordo assinado na segunda-feira de manhã entre a Grécia e os credores internacionais, depois de um fim de semana de intensas negociações em Bruxelas.

Confrontos entre a polícia e manifestantes ocorreram hoje na principal praça de Atenas, quando se iniciava, a algumas dezenas de metros, um debate parlamentar decisivo para a continuação da ajuda financeira à Grécia.

Os manifestantes protestam, na Praça Syntagma, contra a aprovação pelo Parlamento do acordo com os credores internacionais, que imporá austeridade nos gastos. Manifestantes atiraram coquetéis-molotovs contra a polícia, que respondeu com gás lacrimogêneo.

Concentrados em frente ao Parlamento, no final de um protesto que reuniu 12 mil pessoas contra o acordo assinado com Bruxelas, na segunda-feira, manifestantes encapuzados atiraram pedras e incendiaram partes da Praça Syntagma. Eles protestaram contra as privatizações dos portos e da companhia de eletricidade nacional.

O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, enfureceu muita gente no seu partido, o Syriza, e apoiantes de esquerda, ao ceder às exigências da zona euro para obter ajuda financeira para o país, que poderá atingir 86 bilhões de euros.

A previsão é que o Parlamento grego aprove as reformas ainda hoje, graças ao apoio de partidos da oposição pró-europeus.

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