10 de março de 2005
O padre português Nuno Serras Pereira, residente no Seminário da Luz em Lisboa, publicou um anúncio em que diz que não irá dar comunhão para os católicos que usam contraceptivos e defendem o aborto, entre outras práticas não naturais.
As pessoas para as quais o padre disse que não dará comunhão são aquelas que usam a pílula do dia seginte, DIU, que recorrem a métodos de fecundação em laboratório, seleção embrionária, criopreservação e experimentações com embriões, que defendem o aborto e a eutanásia.
O sacerdote diz que sua decisão está fundamentada no Cânone 915 da Igreja Católica que diz que “não são admitidos à sagrada comunhão os excomungados e os interditos, depois da aplicação ou declaração de penas, e outros que obstinadamente perseverem em pecado grave manifesto."
Dom Manuel Martins, antigo bispo de Setúbal não concorda com o padre Pereira. Na opinião dele o padre é um apaixonado pelo Direito Canônico. Todavia, segundo suas palavras: "Nem sempre o que é legal é legítimo". Para Dom Manuel a lei deve ser aplicada com prudência para não ir em direção contrária às leis da caridade, mas em direção ao bem comum.
O padre Pereira explica sua posição da seguinte forma: "Pela primeira vez na história da Igreja há uma multidão de católicos implicados, por acção ou omissão na morte de seres humanos inocentes, que são reconhecidos como tais. Dessa multidão fazem parte personalidades públicas, políticos e até mesmo alguns sectores da Igreja."
Fontes
- Agostinha Almeida, Andreia Ferreira. D
. Manuel Martins contra Serras Pereira [inativa] — Portonet, 4 de março de 2005. Página visitada em 9 de março de 2005 . Arquivada em 6 de maio de 2005 .
- Francisco Trigo de Abreu. O fransciscano anunciante [inativa] — O Independente, 4 de março de 2005. Página visitada em 9 de março de 2005
. Arquivada em 25 de março de 2005 .
- Padre recusa dar comunhão [inativa] — Expresso, 2 de março de 2005. Página visitada em 9 de março de 2005
. Arquivada em 13 de abril de 2005 .