Agência Brasil

Brasília, Distrito Federal, Brasil • 31 de julho de 2009

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O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio Neto (AM), discutirá com a bancada tucana, na terça-feira (4), uma possível representação do partido no Conselho de Ética contra o líder peemedebista Renan Calheiros (AL).

Para o senador tucano, Calheiros quebrou o decoro parlamentar ao tentar fazer com que o PSDB desistisse de encaminhar representação contra o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), para que, em troca, o PMDB não o denunciasse ao conselho.

“Para mim foi uma visível falta de decoro. Quer dizer que ele [Renan Calheiros] só denuncia quando se mexe com o grupo dele. Se não mexer não denuncia. Quando alguém vê alguma irregularidade tem que denunciar”, afirmou o líder do PSDB.

Caso os peessedebistas não banquem a representação contra o líder do PMDB, Arthur Virgílio avaliará se entra, no conselho, com uma denúncia pessoal contra Renan Calheiros. Segundo ele, neste caso existem duas condicionantes que ainda estão sob análise: se a sua avaliação de quebra de decoro tem respaldo jurídico e se a iniciativa não tiraria o foco das representações contra o presidente do Senado.

Para o líder do PSDB, a investigação de José Sarney pelo Conselho de Ética é prioritária e não pode correr risco de ser posta de lado. Arthur Virgílio reconheceu que, no caso de Renan Calheiros, “há uma briga pessoal”. Ele acrescentou que o líder peemedebista não o perdoa pela postura que adotou, em 2007, quando o parlamentar era presidente do Senado e teve que responder a seis processos no Conselho de Ética. Para não ter o mandato cassado, Calheiros renunciou ao cargo.

Uma das justificativas da representação do PMDB contra Arthur Virgílio foi o fato de ele ter mantido a remuneração de funcionário de seu gabinete que estudava no exterior. O peessedebista reafirmou que já está ressarcindo aos cofres do Senado os R$ 210 mil pagos ao ex-funcionário.

Arthur Virgílio reclamou que até o momento não recebeu da administração do Senado resposta a um pedido de informações sobre quantos senadores têm funcionários pagos pela Casa que estudam no exterior. O parlamentar acrescentou que sua atitude “foi um gesto bonachão” pelo qual está pagando.

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