30 de abril de 2021

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A Procuradora Geral da República (PGR), Beatriz Buchili, denunciou a existência de agentes duplos na área de investigação criminal, que comprometem o trabalho de combate aos raptos e que continuam a criar desassossego em algumas cidades moçambicanas.

A denúncia consta do Informe Anual que a Procuradora Geral prestou ao Parlamento, onde apontou, por um lado, “a sofisticação do modus operandi dos criminosos, recorrendo, actualmente, ao uso de plataformas electrónicas para as suas comunicações, no planeamento e execução do rapto, bem como para a cobrança de valores de resgate”.

“Associado a este constrangimento, está o facto de o crime de rapto se enquadrar na criminalidade organizada, que tendencialmente, infiltra-se nas instituições de Administração da Justiça e outras, que intervêm na prevenção e combate, para assegurar a sua impunidade”, explicou a PGR.

No ano passado, a instituição instaurou um total de 16 processos relacionados com crimes de rapto, alguns dos quais, ainda estão em tramitação processual.

Já neste ano, pelo menos cinco pessoas foram raptadas nas cidades de Maputo, Chimoio, Quelimane e Nampula.

Para a solução destes e outros crimes, Buchili pediu uma mudança de atitude e purificação de fileiras.

“Não podemos continuar a ter situações de falta de colaboração dos cidadãos nas investigações de crimes como raptos, homicídios e corrupção, que, em alguns casos, decorre do comportamento inadequado de alguns profissionais, colocando em causa a credibilidade das instituições", concluiu.

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